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Austrália confirma que avalia reconhecer Jerusalém como capital de Israel

15/10/2018 23h49

Sydney (Austrália), 16 out (EFE).- O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou nesta terça-feira (data local) que está "aberto" para a proposta de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir sua embaixada para lá, além de rever o acordo nuclear com o Irã.

"Estamos comprometidos com a solução dos dois estados, mas francamente não está indo tão bem, nem muito progresso foi feito. Você não continua fazendo a mesma coisa e espera resultados diferentes", disse Morrison, durante entrevista coletiva.

O premier considerou que "ambos podem ser alcançados": a criação dos dois Estados como solução entre Israel e a Palestina, além do reconhecimento de Jerusalém como capital israelense, embora ele tenha esclarecido que "nenhuma decisão foi tomada sobre este assunto".

"A abertura dessas discussões nos dá a oportunidade de aplicar um papel prático, inovador e de senso comum na tentativa de trabalhar com parceiros em todo o mundo para ajudar objetivos mais amplos no caso da solução de dois estados", acrescentou.

Morrison fez as declarações depois que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, revelou uma conversa telefônica entre ambos, onde o australiano disse que estuda reconhecer Jerusalém como capital israelense e transferir sua embaixada.

A Austrália seguiria na esteira dos Estados Unidos, Guatemala e Paraguai, embora o novo governo do país sul-americano visa reverter sua decisão.

Morrison, que fez declarações antes de uma eleição suplementar em uma cadeira de um distrito com 12,5% do censo formado por judeus, acrescentou que seu governo ainda não tomou uma decisão sobre o acordo nuclear com o Irã de 2015, ao que se opõem o atual governo dos Estados Unidos e Israel.

"Estamos revisando, sem preconceitos, o acordo nuclear com o Irã e estamos abertos aos argumentos colocados pelo nosso ex-embaixador em Israel (Dave Sharma) sobre como podemos avançar nas questões no contexto dos dois estados", disse.

O anúncio de Morrison seria uma virada na política externa australiana implementada pelo seu antecessor e correligionário, Malcolm Turnbull, que se negava a reconhecer Jerusalém como capital israelense e a mudança da embaixada, assim como apoiava o acordo para desnuclearizar o Irã.