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Filhos de Khashoggi pedem investigação independente sobre seu desaparecimento

Ativistas dos direitos humanos e amigos de Jamal Khashoggi protestam em frente ao consulado saudita em Istambul - Murad Sezer/Reuters
Ativistas dos direitos humanos e amigos de Jamal Khashoggi protestam em frente ao consulado saudita em Istambul Imagem: Murad Sezer/Reuters

No Cairo

16/10/2018 05h07Atualizada em 16/10/2018 09h09

Os filhos do jornalista saudita Jamal Khashoggi, desaparecido desde o último dia 2, depois de entrar no consulado de seu país, em Istambul (Turquia), pediram nesta terça-feira (16) uma comissão "internacional, independente e imparcial" para esclarecer o caso de seu pai.

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"Nós pedimos a formação, de maneira urgente, de uma comissão internacional, independente e imparcial para investigar a verdade sobre o seu desaparecimento e as notícias contraditórias sobre sua morte", disseram os filhos do jornalista, através de um comunicado.

Trata-se da primeira nota que os familiares próximos de Khashoggi divulgam desde o que foi divulgado após seu desaparecimento, através da conta do Twitter de um dos seus filhos, Abdullah  Jamal  Khashoggi, e publicada pelo jornal americano "The Washington Post", onde escrevia o jornalista.

"Os filhos do jornalista Jamal  Khashoggi, seguimos com muita preocupação as notícias contraditórias sobre seu destino após perder a comunicação com ele há duas semanas", diz a nota.

"A família agora está tentando superar a comoção e unir-se" nestes "momentos difíceis e se afastar da politização de seu caso", acrescentou o texto.

No último dia 7 e de Riad, o conselheiro legal da família, Moatasem  Khashoggi, afirmou para alguns veículos de imprensa sauditas que "a família confia no Governo, as medidas tomadas, e em todos os esforços realizados sobre o caso de Jamal  Khashoggi, que estão coordenados com o Estado e com a embaixada em Ancara".

De acordo com a mídia americana, a Arábia Saudita planeja reconhecer que Khashoggi morreu sob sua custódia em um interrogatório que saiu do controle das autoridades no consulado saudita em Istambul.

ONU

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também se pronunciou sobre o caso nesta terça e pediu para que os governos da Arábia Saudita e da Turquia "revelem tudo o que sabem".

Em comunicado, Bachelet pediu para as autoridades dos dois países a "garantia que nenhum obstáculo adicional seja colocado no caminho de uma investigação rápida, completa, efetiva, imparcial e transparente".

Além disso, afirmou que dada a gravidade do caso, a imunidade da sede do consulado não deveria ser um impedimento para a realização de tal investigação.