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Mattis visita base contaminada pelo Agente Laranja durante Guerra do Vietnã

17/10/2018 06h24

Ho Chi Minh (Vietnã), 17 out (EFE).- O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, realizou nesta quarta-feira uma simbólica visita à antiga base aérea americana de Bien Hoa, no sul do Vietnã, onde o governo americano financia um projeto de descontaminação do herbicida tóxico Agente Laranja.

"Eu quero ver e quando voltar a falar no Congresso, contarei as minhas impressões do que vi no local", disse Mattis à imprensa, durante seu voo para Ho Chi Minh (antiga Saigon), a cidade mais populosa do país, onde ontem iniciou uma viagem oficial de dois dias para reforçar laços de Defesa entre os dois países.

A visita aconteceu no momento em que a Agência de Cooperação dos EUA (USAID, sigla em inglês), está prestes a iniciar um projeto de descontaminação do Agente Laranja na antiga base aérea, localizada a 30 quilômetros da antiga Saigon e utilizada para armazenar o herbicida.

O projeto, que conta com um orçamento de US$ 390 milhões, teve início há quatro anos, durante o mandato de Barack Obama, na antiga base de Danang, no centro do país.

"Prometemos ajudar. Os EUA cumprem com suas promessas para remediar parte do passado ", disse Mattis.

As tropas americanas pulverizaram aproximadamente 80 milhões de litros do Agente Laranja durante a guerra para destruir as selvas do antigo Vietnã do Sul e os esconderijos dos guerrilheiros comunistas do Vietcong.

As associações de vítimas vietnamitas reivindicam há anos compensações econômicas das empresas e do governo dos EUA, mas até o momento não tiveram sucesso em suas tentativas judiciais.

Enquanto isso, os veteranos americanos que sofreram sequelas pela sua exposição ao Agente Laranja recebem uma substancial compensação financeira do governo, as vítimas vietnamitas sobrevivem com esquálidas pensões miseráveis, muitas vezes sob cuidados familiares em tempo integral.

A recente condenação da Monsanto para indenizar o jardineiro americano Dewayhne Johnson, doente de câncer, pela sua exposição a um pesticida, reavivou as reivindicações das associações de vítimas do Vietnã e do governo de Hanói.