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Ataque de rebeldes na RD do Congo deixa ao menos 12 mortos

21/10/2018 14h30

Kinshasa, 21 out (EFE).- Pelo menos 12 pessoas morreram e outras oito foram sequestradas ontem em um suposto ataque de rebeldes ugandenses da Frente Democrática Aliada (ADF, na sigla em inglês) no nordeste da República Democrática do Congo, informaram neste domingo as autoridades do país africano.

O ataque ocorreu durante a noite no bairro de Boikene na cidade de Beni, na província de Kivu do Norte, onde os rebeldes saquearam lojas e farmácias no mercado de Mayangose.

Entre os 12 mortos há um militar, indicaram fontes da administração do distrito de Ruwenzori, um dos quatro que compõem Beni e onde ocorreu o incidente, citadas pelo site "Actualité".

Tiros de armas pesadas e leves foram ouvidos em Boikene, onde o exército congolês foi atacado pelos rebeldes, segundo fontes das forças de segurança.

Os insurgentes foram finalmente repelidos pelo exército, que contou com o apoio da Missão da ONU no país (Monusco), informou a emissora de rádio "Okapi", criada pelas Nações Unidas.

Os rebeldes também sequestraram pelo menos oito pessoas, segundo a rádio.

"Escapei por pouco. Chegaram e arrombaram a porta (da casa) e levaram meus dois filhos. Um tem 11 anos e o outro tem 12. Também obrigaram meu marido a ir com eles", disse uma mulher cuja residência foi atacada, citada pela "Actualité".

O presidente interino da Sociedade Civil de Beni, Kizito Bin Hangi, denunciou que "também há feridos e dez pessoas desaparecidas" e que a situação é tensa na cidade, onde ocorreram protestos para condenar o ataque.

Além disso, Beni é uma das cidades afetadas pelo surto de ebola que castiga o nordeste da República Democrática do Congo, e combate à doença acabou sendo minado pelas ações de grupos rebeldes que operam na região.

O ADF começou sua campanha de violência em 1996 no distrito de Kasese, no oeste de Uganda, após o qual se expandiu para várias áreas próximas da fronteira com a República Democrática do Congo.

Esta é uma das organizações armadas que seguem atuando no país após o desarmamento em novembro de 2014 do grupo rebelde M23, que chegou a controlar boa parte da região.

Mais de 500 pessoas foram assassinadas na região entre junho e novembro de 2017, e outras mil foram sequestradas, segundo dados da organização Human Rights Watch (HRW).

A região, situada em uma área montanhosa de complicado acesso, permite que os rebeldes se escondam com facilidade e evitem as operações militares no terreno.