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Erdogan critica demora da comunidade internacional para reagir na Síria

27/10/2018 16h25

Istambul, 27 out (EFE).- A comunidade internacional demorou demais a reagir no conflito da Síria, criticou neste sábado o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ao término de uma cúpula junto aos governantes de Alemanha, França e Rússia.

"A principal razão pela qual o conflito sírio se tornou um problema global foi porque a comunidade internacional não se preocupou com o assunto como deveria", disse o chefe de Estado turco em entrevista coletiva junto aos seus homólogos da Rússia e da França, Vladimir Putin e Emmanuel Macron, e à chanceler alemã, Angela Merkel.

Em sua opinião, "muitos países só se deram conta da seriedade da situação quando o impacto da crise chegou às suas próprias fronteiras".

Erdogan reivindicou uma resposta a esta "indiferença" e advertiu que, se não forem tomadas "iniciativas humanitárias, políticas e diplomáticas, a tragédia na Síria piorará".

"Essa é a principal razão que nos reuniu em Istambul hoje", indicou Erdogan, que citou como exemplo de parceria internacional o chamado processo de Astana, no qual participam também a Rússia e o Irã.

"Acreditamos que quanto mais atores contribuam para este processo, mais rápido se poderá chegar a uma solução duradoura", acrescentou.

Erdogan destacou que na cúpula de hoje se reafirmou o compromisso de defender a integridade territorial e a unidade política da Síria e que só se pode conseguir uma solução por meio da política e de negociações "dirigidas pelo povo sírio" e sob a observação das Nações Unidas.

Além disso, se referiu à trégua pactuada pela Rússia, que apoia o regime sírio, e a Turquia, que apoia a parte dos rebeldes, na região de Idlib, a única ainda sob controle das forças opostas ao regime de Damasco.

O presidente turco ressaltou ainda que é preciso defender esse cessar-fogo e frisou que, com a tranquilidade proporcionada por esse acordo, devem ser dados novos passos concretos no processo político.

Nesse sentido, pediu a aceleração da formação de um comitê para redigir uma nova Constituição e expressou sua confiança de que no final de ano este processo esteja concluído.