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Ex-presidente do Panamá é internado após crise de hipertensão na prisão

06/11/2018 01h00

Cidade do Panamá, 5 nov (EFE).- O ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, em prisão preventiva dentro de um caso por supostas escutas ilegais durante seu mandato, foi internado nesta segunda-feira em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital após uma nova crise de hipertensão, segundo informou à Agência Efe seu porta-voz.

Martinelli, de 66 anos, foi "internado na seção coronária de terapia intensiva" do estatal Hospital Santo Tomás, na capital panamenha, para onde foi levado depois do meio-dia desta segunda-feira, disse o porta-voz do ex-presidente e ex-ministro de Comunicação de seu governo, Luis Eduardo Camacho.

"(O ex-presidente) está agora em observação diante da preocupação que tivesse um princípio de derrame (cerebral), uma vez que tinha dificuldades para falar. E também está sendo observado pelo tema coronário", explicou o ex-ministro.

Por recomendação do médico da prisão de segurança mínima El Renacer, onde está preso desde o último dia 11 de junho, Martinelli foi transferido "com urgência" ao hospital, afligido por uma "grave crise de hipertensão que incluiu vômito, dor no peito e braço", detalhou Camacho.

Martinelli, que sofre várias dolências crônicas próprias da sua idade, entre elas a hipertensão, foi levado ao Hospital Santo Tomás por crise de pressão arterial em outras ocasiões.

"Esta situação aconteceu hoje quando estava na presença dos seus advogados. O temor é se isto ocorrer quando estiver sozinho. Insistimos que essa prisão não é um lugar adequado para uma pessoa na sua condição", criticou Camacho.

A condição de saúde de Martinelli foi usada por seu equipe legal para solicitar em três ocasiões a mudança de medida cautelar de prisão preventiva.

Os magistrados da Corte Suprema de Justiça, instância na qual é processado, rejeitaram esses pedidos alegando que as dolências do ex-presidente são controláveis, com medicação adequada, no ambiente da prisão de segurança mínima na qual se encontra.

O magistrado do caso, Harry Díaz, se queixou em junho que Martinelli, que nesse momento supostamente realizava uma greve de fome, "induz a si mesmo" a piora física.

Martinelli é processado por supostamente ter ordenado a intercepção das telecomunicações de dezenas de políticos, empresários e jornalistas, entre outros, no período compreendido entre 2012 e 2014, e o promotor pede 21 anos de prisão para ele.

Martinelli se diz inocente e vítima de uma perseguição política de parte do atual governante, Juan Carlos Varela, que foi seu vice-presidente e nega essa denúncia, afirmando que respeita a separação dos poderes.