Topo

Universidade de Tóquio que manipulou provas anuncia que admitirá afetados

07/11/2018 09h56

Tóquio, 7 nov (EFE).- A Tokyo Medical University, que revelou ter manipulado os resultados das provas de acesso à universidade para admitir menos mulheres e mais homens, anunciou nesta quarta-feira que aceitará matricular os afetados em 2017 e 2018.

Um total de 101 candidatos, 67 deles mulheres, tiveram o acesso negado mediante fraudes nos dois últimos anos, revelou hoje em entrevista coletiva a presidente do centro, Yukiko Hayashi, que acrescentou que os que tiverem interesse poderão assistir aulas a partir do próximo ano letivo.

"Nos desculpamos profundamente com todos os afetados", disse no comparecimento coletado pela emissora pública "NHK" Hayashi, que explicou que dado que a universidade tem um limite de 63 admissões adicionais por ano, nem todos os afetados poderão ser contemplados.

Hayashi se transformou em setembro na primeira mulher à frente da Tokyo Medical University após a revelação do caso.

A universidade privada admitiu em agosto que manipulou durante mais de uma década os resultados das provas de acesso para admitir menos mulheres do que homens.

O objetivo era manter a porcentagem de alunas em torno de 30% do total de novos estudantes para evitar uma escassez de médicos nos hospitais filiados, diante do argumento de que as mulheres japonesas costumam deixar de trabalhar ou se ausentam prolongadamente ao se casar e ter filhos.

O escândalo da Tokyo Medical University foi revelado enquanto a promotoria investiga o centro por supostas pressões exercidas por um alto cargo do Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia para que admitisse seu filho sob a ameaça de retirar ajudas públicas, um caso também divulgado pela imprensa local.

O Ministério da Educação está investigando outras escolas de Medicina em todo o país e em outubro revelou que tinha detectado diferenças significativas nas taxas de aprovação de mulheres e homens nos últimos seis anos em vários centros.