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11 militares são condenados no Chile por crimes durante a ditadura de Pinochet

Militares faziam parte da "Caravana da Morte", comitiva militar comandada pelo general Sergio Arellano Stark, conhecido como "delegado pessoal" de Pinochet,e que assassinou 100 presos políticos - Reprodução/YouTube
Militares faziam parte da "Caravana da Morte", comitiva militar comandada pelo general Sergio Arellano Stark, conhecido como "delegado pessoal" de Pinochet,e que assassinou 100 presos políticos Imagem: Reprodução/YouTube

09/11/2018 16h24

O juiz especial Mario Carroza sentenciou nesta sexta-feira com penas de prisão 11 militares reformados por envolvimento nos assassinatos de 15 opositores, cometidos na cidade de La Serena pela chamada "Caravana da Morte", em 1973, durante a ditadura de Augusto Pinochet, informaram fontes judiciais.

A "Caravana da Morte" foi uma comitiva militar comandada pelo general Sergio Arellano  Stark, conhecido como "delegado pessoal" de Pinochet, que percorreu o Chile e assassinou 100 presos políticos que retirou das prisões.

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Entre os condenados destaca-se o general Juan Emilio Cheyre, ex-comandante-chefe do Exército entre 2002 e 2006, que foi sentenciado a três anos e um dia de prisão pelo crime de acobertamento e poderá cumprir a pena em liberdade condicional. Por sua vez, o coronel Ariosto Lapostol  Orrego, chefe do regimento na época, foi condenado a 15 anos e um dia de prisão como autor do homicídio dos 15 presos.

Vários militares condenados já estão na prisão cumprindo penas por outros casos de violações dos direitos humanos.

Os presos políticos foram assassinados no polígono do regimento e seus corpos foram jogados em uma vala comum do cemitério local. No dia seguinte, as autoridades publicaram uma nota relatando a execução "de 15 extremistas, em cumprimento do que foi decidido por tribunais militares em tempos de guerra". Os restos mortais das vítimas foram descobertos e identificados em 1998.

Durante a ditadura de Pinochet (1973-1990), conforme dados oficiais, 3.200 pessoas foram mortas por agentes do Estado, sendo que 1.192 ainda constam como detidas desaparecidas.