Irã executa dois homens condenados por corrupção

Teerã, 14 nov (EFE).- As autoridades iranianas enforcaram nesta quarta-feira dois homens condenados por corrupção, um deles conhecido como "sultão das moedas", uma medida adotada em plena crise econômica e de desvalorização da moeda nacional, o rial.

Segundo explicou o Poder Judiciário através de sua agência oficial "Mizan", Vahid Mazlumin, conhecido como "sultão das moedas", e seu cúmplice Mohamad Ismail Qasemi tinham formado um grupo que fazia contrabando com moedas de ouro e divisas estrangeiras.

Após a detenção em julho, ambos foram condenados à pena de morte em agosto por uma corte especializada em crimes financeiros e a sentença foi confirmada pelo Supremo Tribunal.

As acusações que pesavam sobre eles eram o envolvimento em crimes financeiros, manipulação do mercado de divisas nacional e "corrupção da terra", algo que a jurisprudência islâmica condena com morte.

Mazlumin foi detido com duas toneladas de moedas de ouro, enquanto seu cúmplice estava envolvido na venda dessas moedas, cujo preço disparou nos últimos meses.

Outros 11 acusados neste caso foram sentenciados a penas de prisão de até 10 anos, informou recentemente o porta-voz do Poder Judiciário, Gholamhosein Mohseni Ejei.

Segundo os dados apresentados por Ejei, 96 pessoas foram detidas nos últimos meses por manipular o mercado de divisas e de ouro do Irã.

Para lutar contra esta praga, o Poder Judiciário estabeleceu em agosto tribunais especiais para julgar crimes financeiros e advertiu que seriam ditadas duras sentenças.

Diante da desvalorização de cerca de 70% do rial, houve uma grande demanda no mercado negro iraniano de moedas de ouro e divisa estrangeira, o que fomentou a corrupção.

A crise econômica que atinge o Irã é influenciada pelas novas sanções impostas por parte dos Estados Unidos, que entraram em vigor em agosto e neste mês de novembro.

Washington, após se retirar do acordo nuclear multilateral de 2015 com o Irã, decidiu proibir a compra de ouro do Irã e de dólares por parte do Governo iraniano, assim como penalizar vários seus setores do país, entre eles o financeiro e o petrolero.