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Gestão de Netanyahu sobre Gaza tem 74% de descontentamento entre israelenses

15/11/2018 15h18

Jerusalém, 15 nov (EFE).- Cerca de 74% dos israelenses estão insatisfeitos com a gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diante da última escalada de violência em Gaza, que provocou a renúncia do ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, após não conseguir a aprovação de uma operação militar mais contundente.

Esse foi o resultado de um levantamento feito com 500 pessoas pela empresa Migdam e iPanel horas depois da renúncia do ministro. As pesquisas de intenção de voto indicam que essa impopularidade custaria uma das 30 cadeiras do partido Likud no Parlamento caso as eleições legislativas fossem realizadas hoje, segundo o site "Mako.co.il".

Apenas 17% apoiam o primeiro-ministro, que decidiu aceitar um cessar-fogo com as milícias sob mediação internacional, depois do lançamento de mais de 460 projéteis de Gaza contra Israel em 24 horas. Os 9% restantes não tinha opinião sobre o ocorrido.

O partido dirigido por Lieberman, Israel é Nosso Lar, subiria de 5 para 7 assentos no Parlamento após a renúncia em rejeição à trégua.

Já o partido Lar Judaico, do ultranacionalista Naftali Benet, um dos principais membros da agora debilitada coalizão de governo, que se mantém com uma maioria simples de 61 cadeiras (de 120), levaria 11 assentos, três a mais dos que tem. Agora, Benet reivindica a pasta de Defesa e ameaça sair da coalizão e forçar eleições antecipadas se não ganhar o cargo.

A pesquisa reflete uma relação direta entre o apoio nas urnas a Netanyahu e a situação de insegurança. Para comparação, em maio, com a mudança da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém e os ataques israelenses sobre posições sírias, o partido do chefe do governo subiu nas pesquisas, resultado que renderia 35 cadeiras.

Com a renúncia de Lieberman, o descontentamento - principalmente das pessoas que moram em comunidades próximas ao enclave palestino, as mais afetadas pela situação de insegurança - e abundantes críticas ao governo, Netanyahu enfrenta uma crise de liderança que pode forçá-lo a convocar eleições antes de novembro de 2019, quando estão previstas as próximas legislativas.