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Ministro britânico do Brexit renuncia por desacordos com pacto preliminar

15/11/2018 08h28

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Londres, 15 nov (EFE).-O ministro do Reino Unido para a saída da União Europeia (UE), Dominic Raab, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia ao cargo por desacordos com o pacto preliminar do Brexit definido com Bruxelas pela primeira-ministra britânica, Theresa May.

"Não posso em sã consciência apoiar os termos propostos para o nosso acordo com a União Europeia", afirmou.

Raab, que chegou ao cargo após a renúncia de David Davis em julho, foi responsável pela última etapa das negociações com a Comissão Europeia, e até agora tinha apoiado o plano governamental.

Em sua carta de renúncia a May, o político "tory", que apoiou o "brexit" no referendo de 2016, diz que não está de acordo por duas razões.

Primeiro, "porque o regime regulador proposto para a Irlanda do Norte é uma ameaça muito real para a integridade do Reino Unido", explica.

E em segundo lugar, porque não pode "aceitar" que a cláusula de segurança para evitar uma fronteira na Irlanda seja "indefinida", na qual, além disso, a UE "tem um veto" sobre a capacidade do Reino Unido de rescindi-la.

Os termos desse plano de contingência "supõem um híbrido das obrigações da união aduaneira da UE e as do mercado único", sustenta o deputado.

Raab argumentou na carta que nenhuma nação democrática se submeteu a "um regime tão extensivo", imposto "externamente sem um controle democrático sobre as leis que serão aplicadas", nem a capacidade de sair desse acordo.

"Sobretudo, não posso reconciliar os termos do acordo proposto com as promessas que fizemos ao país em nosso manifesto nas últimas eleições", afirmou o deputado "tory", cuja renúncia representa um duro revés para May.

Esta é a primeira renúncia de um ministro do Executivo após o anúncio ontem do acordo preliminar de "brexit", que estabelece os termos da saída do Reino Unido da UE e o marco da futura relação comercial.

Previamente, já havia anunciado sua demissão o secretário de Estado para a Irlanda do Norte, Shailesh Vara, partidário da permanência na consulta de 2016, que também criticou um pacto que, disse, impede o país de se transformar em um Estado soberano.

May defenderá hoje a minuta diante do Parlamento.