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Líder do Comando Vermelho é suspeito de matar mulher em prisão no Paraguai

13.dez.2017 - A polícia do Paraguai, em ação conjunta com a Polícia Federal e o setor de inteligência da Seseg (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro), prendeu  Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, apontado como chefe do tráfico de drogas do Complexo de Manguinhos, na zona norte carioca - Divulgação/Secretaria de Estado de Segurança Pública do RJ
13.dez.2017 - A polícia do Paraguai, em ação conjunta com a Polícia Federal e o setor de inteligência da Seseg (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro), prendeu Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, apontado como chefe do tráfico de drogas do Complexo de Manguinhos, na zona norte carioca Imagem: Divulgação/Secretaria de Estado de Segurança Pública do RJ

Em Assunção

17/11/2018 16h58

O traficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, um dos líderes do Comando Vermelho, foi acusado neste sábado de matar uma mulher que foi visitá-lo no Agrupamento Especializado de Assunção, no Paraguai, onde está preso à espera de ser extraditado para o Brasil.

Segundo o Ministério Público, os agentes ainda estão analisando como o crime ocorreu. Legistas foram enviados ao local para avaliar o corpo da mulher, que depois será levado para um necrotério da Justiça.

A mulher de 18 anos e oriunda da cidade de General Resquín, no departamento de San Pedro, foi atacada por Piloto com uma faca de cozinha por volta das 14h locais (15h em Brasília), segundo a imprensa paraguaia. Ele teria esfaqueado a vítima 17 vezes.

A vítima chegou a ser socorrida no local e levada ao hospital do bairro Operário, em Assunção, mas não resistiu aos ferimentos.

O Ministério Público abriu uma nova acusação contra Piloto pelo crime, o que deve atrasar a extradição ao Brasil.

O integrante do Comando Vermelho recusou ontem, durante uma audiência preliminar em um caso que investiga a produção de documentos falsos e a posse ilegal de armas, ser entregue às autoridades brasileiras.

A juíza e o promotor do caso tentavam aplicar o chamado "critério de oportunidade" para acelerar a extradição ao país. O mecanismo podia ser usado porque a expectativa da pena de Piloto no Paraguai não ultrapassa os dez anos. Por isso, sua prisão "perde relevância penal" pelo fato de o traficante ter cometido crimes mais graves em outro país.

Ao questionar a aplicação do critério, a defesa do brasileiro argumentou que na investigação pela falsificação de documentos as diligências não foram feitas como deveriam.

No final de outubro, o Ministério do Interior paraguaio disse ter impedido um plano para tentar libertar o traficante, após uma operação policial que terminou com a morte de três supostos integrantes do Comando Vermelho e a explosão controlada de um veículo cheio de explosivos com o qual supostamente pretendiam impactar a prisão na qual o criminoso está recluso.

No Brasil, Piloto é requerido pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para cumprir duas sentenças pelas quais foi condenado a 21 anos de reclusão em um dos casos e a cinco anos e quatro meses no outro.

Piloto está preso no Paraguai desde dezembro de 2017, quando foi detido na cidade de Encarnación após uma operação internacional conjunta entre várias agências.