Moçambicanas criam fundo coletivo para vítimas de violência de gênero
Maputo, 23 nov (EFE).- Cerca de 20 mulheres da cidade de Matola, que fica a 16 quilômetros de Maputo, a capital de Moçambique, estão promovendo um fundo econômico de apoio mútuo para reduzir a dependência material de muitas vítimas da violência de gênero, informou nesta sexta-feira a organização humanitária Médicos do Mundo (MDM).
O fundo, batizado com o nome de "Xitique", surgiu como uma iniciativa das próprias vítimas dentro do Grupo de Apoio Mútuo Contra a Violência Sexual que a ONG impulsiona no país.
Trata-se de um acordo informal de crédito "baseado na confiança mútua dessas mulheres", que fornecem uma quantia fixa ao fundo a cada mês, de maneira que suas integrantes possam fazer uso do dinheiro quando necessário, explicou a MDM em comunicado.
"Sempre sonhei em ser independente e ter meu próprio negócio. Graças ao 'Xitique', estou fazendo pouco a pouco meu projeto de cosmética e tornando meu sonho realidade: conquistar minha independência sem necessitar dos homens", explicou uma das usuárias do fundo, Angelina Domingues, que entrou para o projeto há dois anos, segundo o texto.
Em Moçambique, uma em cada três mulheres sofre com a violência de gênero, mas fatores como o medo do agressor, dependência financeira e afetiva e as dificuldades de acesso às instituições faz com que muitas delas deixem o processo judicial e o tratamento psicológico antes do tempo.
Desde 2014, a Médicos do Mundo, junto com outras organizações da sociedade civil e instituições públicas, ajuda a manter o chamado Centro de Atendimento Integrado (CAI) na cidade de Matola.
O CAI oferece um atendimento em diversos setores para a prevenção da violência e reúne em um mesmo espaço assistência policial, jurídica, social e médica.
"Antes, a vítima não tinha um atendimento padronizado, mas se sentava na fila e era atendida como qualquer outro paciente. Aqui, por outro lado, ela é atendida de forma confidencial e tem a garantia de que vai passar por todos os serviços", explicou a diretora do Serviço de Saúde da Mulher e Ação Social do distrito, Carla Cumbe.
Desde a sua criação, o CAI atendeu às necessidades de mais de 1,4 mil mulheres e, inclusive, acolhe algumas que não têm onde viver durante o processo.
"O projeto consegue aumentar as denúncias e evitar que a vítima tenha que ir a lugares diferentes para poder receber toda a atenção necessária nesses casos", ressaltou o coordenador na região da Médicos do Mundo, Emanuele Lini.
Muitas mulheres sobreviventes da violência de gênero chegaram a se transformar em ativistas que trabalham agora na comunidade, como Elsa Vicente, da organização civil Acodemu.
"Manter relações com seu companheiro quando você não quer é violência sexual. Se seu marido lhe trata mal dentro de casa, também é violência. Insultar também é violência", afirmou Elsa.
O fundo, batizado com o nome de "Xitique", surgiu como uma iniciativa das próprias vítimas dentro do Grupo de Apoio Mútuo Contra a Violência Sexual que a ONG impulsiona no país.
Trata-se de um acordo informal de crédito "baseado na confiança mútua dessas mulheres", que fornecem uma quantia fixa ao fundo a cada mês, de maneira que suas integrantes possam fazer uso do dinheiro quando necessário, explicou a MDM em comunicado.
"Sempre sonhei em ser independente e ter meu próprio negócio. Graças ao 'Xitique', estou fazendo pouco a pouco meu projeto de cosmética e tornando meu sonho realidade: conquistar minha independência sem necessitar dos homens", explicou uma das usuárias do fundo, Angelina Domingues, que entrou para o projeto há dois anos, segundo o texto.
Em Moçambique, uma em cada três mulheres sofre com a violência de gênero, mas fatores como o medo do agressor, dependência financeira e afetiva e as dificuldades de acesso às instituições faz com que muitas delas deixem o processo judicial e o tratamento psicológico antes do tempo.
Desde 2014, a Médicos do Mundo, junto com outras organizações da sociedade civil e instituições públicas, ajuda a manter o chamado Centro de Atendimento Integrado (CAI) na cidade de Matola.
O CAI oferece um atendimento em diversos setores para a prevenção da violência e reúne em um mesmo espaço assistência policial, jurídica, social e médica.
"Antes, a vítima não tinha um atendimento padronizado, mas se sentava na fila e era atendida como qualquer outro paciente. Aqui, por outro lado, ela é atendida de forma confidencial e tem a garantia de que vai passar por todos os serviços", explicou a diretora do Serviço de Saúde da Mulher e Ação Social do distrito, Carla Cumbe.
Desde a sua criação, o CAI atendeu às necessidades de mais de 1,4 mil mulheres e, inclusive, acolhe algumas que não têm onde viver durante o processo.
"O projeto consegue aumentar as denúncias e evitar que a vítima tenha que ir a lugares diferentes para poder receber toda a atenção necessária nesses casos", ressaltou o coordenador na região da Médicos do Mundo, Emanuele Lini.
Muitas mulheres sobreviventes da violência de gênero chegaram a se transformar em ativistas que trabalham agora na comunidade, como Elsa Vicente, da organização civil Acodemu.
"Manter relações com seu companheiro quando você não quer é violência sexual. Se seu marido lhe trata mal dentro de casa, também é violência. Insultar também é violência", afirmou Elsa.
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