Voluntários fazem carinho em animais que vão para o abate na Bolívia
Um grupo de ativistas se reúne na porta de matadouros na Bolívia para dar a vacas e bois um carinho especial nos últimos minutos que lhes restam antes de entrarem no matadouro, o destino fatal.
Apenas com um olhar, um gesto ou um abraço no caminhão, os integrantes do Save Movement tentam passar um pouco de tranquilidade e afeto para esses seres que minutos depois enfrentarão a morte.
"É o único gesto de amor que vão receber na vida, porque são vistos como produto e não um ser que sente", disse à Agência Efe Nevenka Potocnik, uma das ativistas que chegou da Argentina para realizar uma série de vigílias em matadouros da Bolívia.
O Save Movement é uma rede internacional, que nasceu em Toronto, no Canadá, está em 60 países, incluindo o Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte) e na qual os membros realizam vigílias em matadouros de diferentes lugares para dar amor e testemunhar o sofrimento desses animais.
O grupo defende o veganismo e ainda promove o ativismo pacífico, baseado no amor e no respeito a todos os seres vivos.
"A única diferença entre um cachorro e uma vaca é a nossa percepção. Por que amamos uns e comemos outros?", questionou Nevenka.
Nessa ação, os ativistas se reuniram na porta do matadouro municipal de La Paz à espera dos caminhões para conversar com o motorista e pedir alguns minutos de aproximação para se despedir dos bichos.
"A aproximação é totalmente pacífica. Falamos com o caminhoneiro para que ele nos dê dois minutos e contamos que queremos ver e nos despedir dos animais", contou à Efe Maureen Lómez, organizadora do movimento na Argentina.
Em muitos casos os caminhões carregam vacas, bois ou bezerros, que se aproximam das madeiras quando algum ativista chega cautelosamente, enquanto outros só trocam olhares antes de o motorista arrancar.
"Somos testemunhas. Vemos, ouvimos e sentimos", diz o cartaz que eles carregam com as silhuetas de animais. Eles também vão a matadouros de porcos e frangos para distribuir água.
"Estamos aqui para contar as suas histórias e para que não sejam invisíveis diante da sociedade como provavelmente seriam se não estivéssemos aqui", ressaltou Maureen.
O grupo também faz fotos e vídeos das intervenções para publicar na internet, com a intenção de que mais pessoas adiram à causa e que se aproximem desta realidade.
Com o trabalho, o Save Movement já conseguiu salvar pelo menos dez animais na Argentina, na Espanha e na Costa Rica, que foram encaminhados para uma espécie de santuário natural para viver em liberdade e sem risco de voltarem ao matadouro.
Camila Ruiz, uma boliviana que participava do movimento, disse à Efe que adotou essa causa porque muitos animais são assassinados inutilmente diariamente e que é fundamental ter consciência a respeito.
"É preciso se importar, ser empático com o sofrimento e entender que eles não deveriam estar ali. Eles também querem viver", comentou.
Após as vigílias em matadouros de Cochabamba, Santa Cruz de la Sierra e La Paz, a previsão do grupo é seguir em direção ao Peru.
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