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Peru diz que Uruguai deve informar se ex-presidente deixar embaixada em Lima

30/11/2018 15h38

Lima, 30 nov (EFE).- O presidente do Peru, Martín Vizcarra, afirmou nesta sexta-feira que o governo do Uruguai deve informar à se o ex-presidente Alan García deixar a embaixada uruguaia em Lima, onde está desde o dia 17 de novembro para pedir asilo diplomático.

"Eu acredito que sim (eles devem avisar), em instâncias que os dois governos já estão envolvidos, de qualquer movimento. Eu tenho certeza que o Uruguai vai fazê-lo", disse o presidente do Peru ao ser perguntado por jornalistas sobre essa possibilidade.

Vizcarra também disse que o governo não recebeu nenhuma informação oficial sobre eventuais consultas de García a outros países caso o pedido de asilo seja rejeitado pelas autoridades uruguaias, como alguns veículos de imprensa informaram.

"Assim como os senhores, temos procurado saber se ele buscou outras alternativas em embaixadas, antes de ter decidido pelo Uruguai e depois disso também", explicou o presidente peruano.

Além disso, Vizcarra disse que não voltou a conversar com o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez. Os dois se falaram no dia seguinte ao pedido de asilo. Na ligação, o presidente peruano afirmou que não há perseguição política contra García e reiterou que a decisão de negar ou não a solicitação é exclusiva dos uruguaios.

García permanece na residência do embaixador do Uruguai em Lima desde 17 de novembro. O ex-presidente peruano pediu asilo pouco depois de a Justiça impedir que ele deixasse o país por 18 meses.

O ex-presidente, que alega ser vítima de perseguição, é investigado no escândalo de pagamento de propinas da Odebrecht. A suspeita é de que ele recebeu dinheiro para facilitar o trabalho da construtora brasileira nas obras da linha 1 do metrô de Lima.

Apesar da postura neutra de Vizcarra na ligação com Vázquez, o ministro de Justiça e Direitos Humanos do Peru, Vicente Zeballos, afirmou ontem que a decisão do Uruguai também será uma posição internacional sobre a democracia no país. Para ele, conceder o asilo seria validar os argumentos de García de que há uma perseguição.