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Tusk pede que cúpula do G20 trate dos conflitos em Síria, Iêmen e Ucrânia

30/11/2018 12h53

Buenos Aires, 30 nov (EFE).- O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu nesta sexta-feira que os líderes mundiais que se encontram em Buenos Aires nestes dias por ocasião da Cúpula do G20 "aproveitem" a reunião para "abordar temas sérios" como os conflitos comerciais e a situação no Iêmen, na Síria e na Ucrânia.

"Quero apelar aos líderes para que aproveitem esta cúpula e os intercâmbios bilaterais informais para discutir temas sérios como conflitos comerciais, a situação trágica da Síria e do Iêmen e a agressão russa na Ucrânia", disse Tusk durante uma entrevista coletiva em Costa Salguero, o centro de convenções no qual se reunirão os líderes mais influentes do mundo nesta sexta-feira e amanhã.

Na presença do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, insistiu que "este é um momento difícil para a cooperação internacional" e lembrou que as "ferramentas" para solucionar as problemáticas globais estão "nas mãos" dos líderes, que precisam apenas de "boa vontade".

A tensão que existia entre Moscou e Kiev se intensificou quando a Rússia atacou há poucos dias três embarcações ucranianas e deteve a tripulação porque considerou que estavam em águas territoriais russas, localizadas no entrono da Península da Crimeia, que pertence oficialmente à Ucrânia e foi anexada pela Rússia em 2014.

O governo ucraniano alega que suas embarcações estavam em águas internacionais e pediram a libertação dos marinheiros detidos.

Após a rejeição da Rússia aos pedidos de Kiev, a Ucrânia decretou a lei marcial no país nesta semana.

Sobre esse imbróglio, Juncker disse que tem certeza "que a União Europeia vai implementar sanções" contra Moscou em dezembro.

"É certamente uma questão que nos preocupa seriamente porque a Rússia utilizou seus navios contra a Ucrânia e isto é inaceitável. O que eu quero destacar é que a Europa está unida e apoiando a soberania da Ucrânia", esclareceu o presidente do Conselho Europeu.

Junto a esses esclarecimentos, Tusk fez menção à necessidade de resolver também outras "dificuldades" como os direitos humanos no mundo, a liberdade de imprensa e a "segurança básica" para os jornalistas.

"Constitui obrigação da União Europeia encorajar nossos colegas a respeitarem esses conceitos básicos", avaliou Tusk.

Juncker, por sua vez, insistiu que "não existe alternativa" à cooperação internacional porque "ninguém pode fazer as coisas sozinho ou com seus próprios meios" e lembrou que "o multilateralismo foi o que levou à criação do G20".

Nessa linha, o presidente do órgão executivo da UE louvou a aliança entre o bloco e o continente africano firmada há poucos meses para garantir as relações econômicas entre as duas regiões.

"Há dois meses lançamos uma nova aliança sustentável entre os continentes (europeu e africano) com milhões de postos de trabalho na África", exemplificou Juncker, o que, segundo ele, "marca a dimensão" dos esforços realizados.

"A África cresce em importância e sempre estamos apoiando nossos amigos africanos", insistiu o titular da Comissão Europeia, que esclareceu que os acordos serão apoiados por "regras" e "documentos".