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Freiras ortodoxas recorrem a redes sociais para denunciar má conduta sexual

09/12/2018 20h59

Nova York, 9 dez (EFE).- Duas freiras de Nova York recorreram às redes sociais para denunciar a má conduta sexual nas comunidades de fé, incluindo em sua própria igreja ortodoxa, sob a hashtag "#ChurchToo".

As freiras usam o Facebook e o Instagram desde o último mês de outubro, quando o supervisor do seu convento, o sacerdote Gerasimos Makris, acusado de má conduta sexual, recebeu permissão para retornar à sua igreja no Brooklyn, informou neste domingo o jornal "New York Post".

Em 2017 foi revelada a primeira denúncia de uma mulher que disse sentir-se "incomodada" na sua interação com Makris, que incluiu abraços muito prolongados, e foi solicitado ao religioso que não tivesse contato com ela.

No último mês de janeiro, o sacerdote admitiu durante uma reunião ter tido relações com outras duas mulheres adultas e, "embora não tenham sido as interações sexuais usuais que se imagina, não foram apropriadas", afirmou ao "Post" o bispo Andonios Paropoulos, à frente do Arcebispado Ortodoxo Grego.

O "Post" indica ainda que, apesar de uma "corte espiritual" da Arquidiocese ter recomendado que fosse vetado, hierarcas da igreja lhe reinstalaram, depois de ter recebido tratamento "e por pedido dos seus fiéis".

As religiosas começaram então uma campanha nas redes sociais pedindo por mudanças, nas quais apareciam com seus hábitos e com mensagens como "O silêncio não é espiritual", "Acreditem nos sobreviventes" e "Ponham fim à cultura do estupro", entre muitas outras, acrescentou o jornal.

"Abuso sexual é real. Ocorre nas nossas famílias, nas nossas comunidades locais, nas nossas comunidades de fé, em cada denominação cristã, incluindo a igreja ortodoxa", publicaram no último mês de novembro as freiras, que trabalham com vítimas do tráfico humano.

De acordo com o "Post", esse é o mais recente escândalo na Igreja Ortodoxa Grega e na paróquia da Santa Cruz, cujo ex-líder, reverendo George Passiasas, foi afastado do sacerdócio depois que o jornal revelou sua relação com a diretora da escola, uma mulher casada a quem engravidou.