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FSD diz que retirada dos EUA da Síria afetará estabilidade e paz mundial

20/12/2018 09h26

Beirute, 20 dez (EFE).- As Forças da Síria Democrática (FSD), aliança armada liderada pelas milícias curdas que lutam contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) neste país, advertiram nesta quinta-feira que o combate contra o terrorismo não terminou e que a decisão dos Estados Unidos de deixar a nação árabe é um golpe que afetará a estabilidade e a paz mundial.

Esta decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, "influenciará diretamente nos esforços para acabar com a organização terrorista e terá graves repercussões que afetarão a estabilidade e a paz mundial", indicaram as FSD em comunicado assinado pelo seu comando geral.

Os Estados Unidos anunciaram ontem que começaram a retirar suas tropas da Síria, onde há cerca de 2 mil militares desdobrados, depois que Trump proclamou a derrota do EI nesse país.

"Em um momento no qual enfrentamos duras batalhas com o terrorismo em suas últimas fortificações, assim como as células dormentes (...) que se escondem nas zonas libertadas que buscam reorganizar na região, a decisão da Casa Branca (...) afetará negativamente a campanha contra o terrorismo", disseram as FSD.

As FSD agregaram que representa um "um impulso político e militar no terreno" dos terroristas e de seus partidários "para se recuperar novamente".

As milícias, que foram arrebatando nos últimos meses o território dos jihadistas e que no fim de semana passado acabaram com um dos últimos redutos do EI na província oriental de Deir ez Zor, advertiram que "a luta contra o terrorismo ainda não terminou e que a derrota final ainda não foi possível".

Nesse sentido, as FSD asseguram que a luta está em uma "etapa crucial que requer esforços arrumados de todos e um maior apoio da coalizão internacional para sustentá-la" e "não se retirar".

"A retirada nestas circunstâncias suporá a desestabilização da segurança, criando um vazio político e militar na região e deixando o povo entre as garras das forças e dos partidos hostis", acrescentaram.

As FSD lançaram em setembro uma campanha com a intenção de acabar definitivamente com os últimos redutos dos extremistas nos arredores do Rio Eufrates, perto da fronteira iraquiana.

Durante a campanha, contaram com o apoio aéreo dos Estados Unidos e da coalizão internacional, o que levou a encurralar os jihadistas na margem oriental do Rio Eufrates, na fronteira com o Iraque.

O presidente americano, Donald Trump declarou ontem a vitória frente ao EI no território sírio em mensagem no Twitter: "Derrotámos o EI na Síria, a única razão para estar lá durante a Presidência de Trump",

Posteriormente, em um vídeo que publicou na mesma rede social, Trump insistiu que chegou o momento de se retirar do país árabe.

"É hora de as nossas tropas retornarem para casa. Fico muito triste quando tenho que escrever cartas ou ligar para pais, esposas ou maridos de soldados que faleceram lutando pelo nosso país", disse o presidente.EFE