Jornalistas da Reuters recorrem contra 7 anos de prisão em Mianmar
Yangun (Mianmar), 24 dez (EFE).- Os jornalistas birmaneses Wa Lone e Kyaw Soe Oo, detidos enquanto apuravam um massacre de rohingyas, apelaram nesta segunda-feira em Yangun contra a pena de sete anos de prisão que cumprem por violar a lei de segredos oficiais.
O tribunal superior de Mianmar (Mianmar) informou que anunciará sua decisão nas próximas duas semanas.
Ambos eram repórteres da agência Reuters e foram declarados culpados no9 começo de setembro de vulnerar a Lei de Segredos Oficiais, uma norma da era colonial, por estar em posse de documentos confidenciais que dois policiais tinham acabado de lhes entregar.
Os condenados alegam que a reunião com os agentes e os documentos recebidos, cujo conteúdo não chegaram a conhecer porque foram detidos logo depois de recebê-los, eram uma armadilha.
"Desejamos demonstrar ao Tribunal Superior de Mianmar por que deveria reverter as penas de Wa Lone e Kyaw Soe Oo devido aos erros cometidos no processo do tribunal que os condenou a sete anos de prisão", disse o diretor-geral da Reuters, Stephen Adler.
"Estes dois jornalistas não causaram de nenhuma forma dano a Mianmar. Ao contrário, fizeram um serviço incrível: cumprindo com as liberdades prometidas sob a Constituição de Mianmar, informaram a verdade", acrescentou Adler em comunicado.
No dia 11 de dezembro, os repórteres da Reuters foram designados pela revista "Time" como Pessoas do Ano junto com o jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi, a repórter filipina Maria Ressa e o jornal americano "Capital Gazette", onde cinco trabalhadores morreram em um tiroteio em junho passado. EFE
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