Lavrov afirma que política dos EUA ameaça a segurança global
Moscou, 24 dez (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, alertou nesta segunda-feira que a política de confronto dos Estados Unidos representa uma ameaça para a segurança global e pode levar a "uma situação na qual o preço de um erro ou mal-entendido pode ser fatal".
"Temos que constatar que, presa das suas próprias ambições geopolíticas, Washington e os seus aliados não estão dispostos a se adaptarem às realidades globais, que mudam não a favor deles", disse Lavrov em entrevista à agência oficial russa "RIA Novosti".
Por isso, acrescentou, o afã dos EUA para conter estes processos e a sua "maior agressividade nas relações exteriores".
"Atiçam o confronto, congelam os canais de diálogo", disse o chefe da diplomacia russa, que destacou que a preocupação com os passos que indicam o rompimento dos grandes acordos de estabilidade estratégica.
Segundo Lavrov, esta política, "que se apoia em instrumentos de força, inevitavelmente, leva ao posterior desequilibrio da arquitetura de segurança global, promove a corrida armamentista, e pode criar uma situação na qual o preço de um erro ou um mal-entendido pode ser fatal".
O ministro reiterou a postura de Moscou de defesa do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, sigla em inglês), que data de 1987 e que os Estados Unidos ameaçaram abandonar no início de fevereiro.
Ambas as partes se acusam mutuamente de violar esse acordo, assinado pelo americano Ronald Reagan e o líder soviético Mikhail Gorvacho e que inaugurou a era do desarmamento nuclear.
"Somos obrigados a advertir que não poderemos nem vamos ignorar a aparição de novos mísseis americanos que ameacem a nós e os nossos aliados", ressaltou.
Lavrov indicou que a Rússia conta "com os meios necessários para garantir sua própria segurança" e é capaz de "fortalecer ainda mais seu potencial defensivo".
"No entanto, a Rússia, como todo país sensato, não está interessada em entrar em uma corrida armamentista com novas 'crises de mísseis'", acrescentou, ao assinalar que o governo russo está aberto a buscar caminhos para salvar o INF se os EUA estiverem dispostos a isso. EFE
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