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Após duas mortes, EUA ordenam exames médicos para crianças imigrantes detidas

Crianças imigrantes em um centro de detenção de imigrantes ilegais em McAllen, no Texas, próximo à fronteira dos Estados Unidos - U.S. Customs and Border Protection"s Rio Grande Valley Sector via AP
Crianças imigrantes em um centro de detenção de imigrantes ilegais em McAllen, no Texas, próximo à fronteira dos Estados Unidos Imagem: U.S. Customs and Border Protection's Rio Grande Valley Sector via AP

26/12/2018 15h05

As autoridades de migração dos Estados Unidos começaram a fazer exames médicos em todos os menores de idade imigrantes sob custódia, após uma segunda criança guatemalteca ter morrido na terça-feira, depois de ter sido detida por atravessar a fronteira com o México de maneira irregular.

Os exames médicos serão prioritários para as crianças menores de 10 anos, segundo informou nesta quarta-feira o Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, em inglês).

Na noite de 24 de dezembro, um menino guatemalteco de oito anos, identificado como Felipe Gómez Alonzo, morreu em um hospital do estado do Novo México por causas ainda desconhecidas. Ele estava sob custódia da polícia de fronteira há mais de uma semana.

As leis do governo determinam que os imigrantes não devem ser detidos durante mais de 72 horas nas instalações do CBP, que costumam ser destinadas a uma estadia temporária e têm menos recursos que os centros de detenção gerenciados pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE).

Segundo informações divulgadas pelo CBP, Gómez Alonzo e o seu pai foram detidos em 18 de dezembro a cinco quilômetros de um ponto oficial de entrada ao país situado na ponte que liga a cidade texana de El Paso (EUA) e Ciudad Juárez (México).

Ambos ficaram detidos nesse centro do CBP durante dois dias e, depois, foram transferidos às instalações da agência em El Paso, mas como esse edifício estava lotado, a criança e o pai acabaram sendo levados à cidade de Alamogordo, no Novo México.

No dia 23 de dezembro, a criança e o seu pai chegaram a Alamogordo, a 145 quilômetros de El Paso, e no dia seguinte o menor foi hospitalizado porque tossia e tinha os "olhos brilhantes".

No hospital Gerald Champion Regional, em Alamogordo, os médicos determinaram que a criança estava com um resfriado comum, mas depois diagnosticaram febre e decidiram deixá-lo por mais 90 minutos em observação para finalmente confirmarem a alta com uma receita médica para que tomasse ibuprofeno e amoxicilina.

No entanto, a saúde do menino piorou: começou a sentir náuseas e vômitos, de modo que os agentes de migração o levaram outra vez ao hospital Gerald Champion Regional.

O garoto foi declarado morto às 23h48 (horário local; 04h48 de ontem em Brasília) do dia 24, segundo detalhou o CBP, que em princípio disse que o menor tinha morrido no Natal.

Este é o segundo menor de idade a morrer em menos de um mês sob custódia das autoridades americanas, depois da morte da menina guatemalteca Jakelin Caal Maquín, de 7 anos, em 8 de dezembro em um hospital infantil de El Paso, após ter cruzado ilegalmente a fronteira com o México junto ao pai.