Polícia do Marrocos prende espanhol ligado a assassinato de turistas nórdicas
Rabat, 29 dez (EFE).- As autoridades marroquinas informaram neste sábado que prenderam um homem de nacionalidade espanhola e de origem suíça, que atualmente vive no país africano, supostamente vinculado aos detidos pelo assassinato de duas turistas nórdicas - uma norueguesa e uma dinamarquesa - em uma região montanhosa no Marrocos.
O Escritório Central de Investigação Judicial (BCIJ) do Marrocos informou hoje que a detenção aconteceu em Marrakech e que o detido, cuja identidade não foi revelada, é alguém "de ideologia extremista e violenta", segundo um comunicado.
"A BCIJ deteve neste sábado um suíço, com nacionalidade espanhola e residente em Marrocos, por supostos vínculos com alguns detidos em relação à investigação judicial aberta no caso do assassinato de duas turistas, uma norueguesa e uma dinamarquesa, na comuna de Imlil", afirma esse comunicado.
As autoridades marroquinas já detiveram os supostos autores desse atentado ocorrido em meados de dezembro contra duas mulheres, e cometido por quatro terroristas que gravaram um vídeo no qual aparecem jurando lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Segundo a investigação da BCIJ, o detido "é suspeito de estar vinculado a determinadas pessoas detidas em relação a este caso às quais ensinou a utilizar novas tecnologias de comunicação e por treinar-lhes no uso de armas de fogo".
Além disso, o organismo judicial marroquino acrescenta que o detido teria participado de campanhas de recrutamento de cidadãos marroquinos e de outros procedentes de países subsaarianos para cometer ações terroristas no Marrocos, contra "interesses estrangeiros", sem dar mais detalhes.
O comunicado destaca ainda que o detido, que se soma aos 19 marroquinos presos até agora por este caso, planejava organizar ataques contra as forças de segurança para apropriar-se das suas armas.
O BCIJ ressalta também que este indivíduo está em detenção preventiva, sob a supervisão da Promotoria Antiterrorista, para ser interrogado sobre os detalhes dos seus supostos planos terroristas.
A expectativa é que um primeiro grupo de 15 detidos por seu envolvimento nesse assassinato terrorista compareça amanhã diante do procurador-geral do Tribunal de Apelação de Salguei, jurisdição que tem a competência nacional e exclusiva para investigar os crimes de terrorismo.
O ataque ocorreu no último dia 17 de dezembro quando um grupo de supostos extremistas degolou a dinamarquesa Louisa Vesterager Jespersen, de 24 anos, e a norueguesa Maren Ueland, de 28, no vale Imlil, no Alto Atlas, uma região conhecida pelo turismo de montanha.
Um dos principais suspeitos, identificado unicamente pelas iniciais do seu nome (A.J), era conhecido pelos serviços de segurança e foi condenado em 2013 a dois anos de prisão por tentar viajar para a Síria para incorporar-se ao EI.
O ministro do Interior marroquino, Abdeluafi Laftit, garantiu na segunda-feira passada diante do parlamento que este atentado terrorista contra as duas turistas escandinavas foi "um ato isolado" cometido por "lobos solitários". EFE
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