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Bolsonaro reafirma compromisso de governar "sem discriminação ou divisão"

01/01/2019 16h06

Brasília, 1 jan (EFE).- O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, reafirmou nesta terça-feira o compromisso de governar "sem discriminação ou divisão" ao fazer seu primeiro discurso após tomar posse do cargo no Congresso Nacional.

"Nada aconteceria sem o esforço e o engajamento de cada um dos brasileiros que tomaram as ruas para preservar nossa liberdade e democracia. Reafirmo meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão", declarou o militar da reserva e ex-deputado federal, eleito em outubro com 55% dos votos em segundo turno disputado contra Fernando Haddad (PT).

No pronunciamento, Bolsonaro prometeu estimular o desenvolvimento de "boas escolas" para preparar as novas gerações para o "mercado de trabalho, e não para a militância política".

"Daqui em diante, nos pautaremos pela vontade soberana daqueles brasileiros: que querem boas escolas, capazes de preparar seus filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política; que sonham com a liberdade de ir e vir, sem serem vitimados pelo crime; que desejam conquistar, pelo mérito, bons empregos e sustentar com dignidade suas famílias; que exigem saúde, educação, infraestrutura e saneamento básico, em respeito aos direitos e garantias fundamentais da nossa Constituição", disse.

Bolsonaro também enfatizou a defesa da legalização da posse de armas por quem não tem antecedente criminal.

"O cidadão de bem merece dispor de meios para se defender, respeitando o referendo de 2005, quando optou, nas urnas, pelo direito à legítima defesa. Vamos honrar e valorizar aqueles que sacrificam suas vidas em nome de nossa segurança e da segurança dos nossos familiares. Contamos com o apoio do Congresso Nacional para dar o respaldo jurídico aos policiais para realizarem seu trabalho", disse.

Em relação às Forças Armadas, o capitão da reserva afirmou que "terão as condições necessárias para cumprir sua missão constitucional de defesa da soberania, do território nacional e das instituições democráticas, mantendo suas capacidades dissuasórias para resguardar nossa soberania e proteger nossas fronteiras".

Após a sessão solene no Congresso, Bolsonaro, Mourão e as respectivas esposas subirão a rampa do Palácio do Planalto por volta das 16h20, quando serão recebidos pelo presidente Michel Temer e a primeira-dama, Marcela Temer para o ato de passagem da faixa presidencial e despedida do atual mandatário do cargo.

No parlatório, Bolsonaro fará um segundo discurso, desta vez para a multidão aguardada na Praça dos Três Poderes. Após o pronunciamento, o presidente receberá no Salão Nobre do palácio presidencial os cumprimentos dos convidados e empossará os 22 ministros, além de posar para a fotografia oficial. Às 18h30, no Palácio Itamaraty, Bolsonaro e a nova primeira-dama, Michelle, receberão os convidados em um coquetel.

Entre os convidados que assistem aos atos de posse estão 11 chefes de Estado e Governo: os presidentes de Bolívia (Evo Morales), Cabo Verde (Jorge Carlos Fonseca), Chile (Sebastián Piñera), Colômbia (Iván Duque), Honduras (Juan Orlando Hernández), Marrocos (Saadedine Othmani), Paraguai (Mario Abdo Benítez), Portugal (Marcelo Rebelo de Souza) e Uruguai (Tabaré Vázquez), além dos primeiros-ministros de Israel (Benjamin Netanyahu) e Hungria (Viktor Orbán).

Os Estados Unidos enviaram a Brasília o secretário de Estado, Mike Pompeo. Pela China, estará presente o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular, Ji Bingxuan. A Argentina será representada pelo chanceler, Jorge Faurie, e a Espanha, pela presidente do Congresso, Ana Pastor. A expectativa é de cerca de 60 países tenham representantes na posse. EFE