Peruanos protestam por destituição de dois promotores de caso Odebrecht
Lima, 1 jan (EFE).- Centenas de pessoas iniciaram 2019 no Peru com protestos contra a polêmica decisão do procurador-geral, Pedro Chávarry, de destituir os dois principais promotores que investigam os casos de corrupção no país envolvendo a construtora Odebrecht apenas quatro horas antes da virada do ano.
Houve mobilizações nas principais cidades, como a capital Lima e Arequipa, com os manifestantes exigindo a saída de Chávarry, envolvido em um escândalo de corrupção que marcou a vida política do país nos últimos meses.
Os manifestantes também pediram a continuidade dos promotores Rafael Vela e José Domingo Pérez, que conseguiram levar à prisão a líder opositora Keiko Fujimori - filha do ex-presidente Alberto Fujimori - por lavagem de dinheiro dentro do partido Força Popular, e proibir a saída do país, por 18 meses, do também ex-presidente Alan García.
Os protestos podem marcar o início de uma série de mobilizações maiores em todo o país nos próximos dias para exigir que os dois promotores continuem à frente das investigações. Ambos tinham a previsão de viajar em janeiro para o Brasil para interrogar executivos da Odebrecht com os quais a Justiça peruana fechou recentemente um acordo de delação premiada.
O que levou às destituições de Vela e Pérez foi a violação do princípio de hierarquia no Ministério Público, já que eles questionaram a permanência de Chávarry no cargo.
Este episódio eleva, além disso, a tensão entre Chávarry e o presidente do Peru, Martín Vizcarra, que antecipou seu retorno ao país desde o Brasil, para onde tinha viajado para assistir à posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Vizcarra solicitou em diversas ocasiões a destituição de Chávarry pelos vínculos com uma grande rede de tráfico de influência, favores e prevaricação nas altas esferas do Judiciário peruano.
Pérez denunciou Chávarry em 26 de dezembro por encobrimento no marco das investigações abertas contra Keiko Fujimori e o acusou de ter executado "atos para entorpecer ou obstruir o acordo de leniência com a empresa Odebrecht".
Além de Keiko Fujimori e Alan García, a equipe especial do Ministério Público liderada por Vela e que também contava com Pérez investiga também os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018).
O Peru é um dos 12 países da América Latina onde a Odebrecht reconheceu ter pago milhões em propinas em troca de concessão de obras públicas. EFE
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