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Damares Alves assume pasta de Direitos Humanos se diz "terrivelmente cristã"

02/01/2019 22h08

Brasília, 2 jan (EFE).- A titular do recém criado Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta quarta-feira que é "terrivelmente cristã", embora o Brasil seja um Estado laico, e garantiu que o governo de Jair Bolsonaro porá fim ao "doutrinamento ideológico" de crianças e adolescentes.

"Me sinto em casa, com os defensores da família, da vida e dos direitos humanos. O Estado é laico, mas esta ministra é terrivelmente cristã. Acredito nos desígnios de Deus", declarou Damares durante a cerimônia de posse da pasta.

O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos foi criado por Bolsonaro e estará a cargo de temas como direitos da mulher, da família, dos idosos, de pessoas com incapacidade, dos indígenas e das minorias.

Damares, advogada de formação e pastora evangélica, destacou que as prioridades da pasta serão as políticas públicas "que favoreçam a vida desde a concepção" e deixou clara sua postura contra temas polêmicos como o aborto e os direitos reprodutivos da mulher.

"No que depender do governo, sangue inocente não será derramado neste país. Este é o ministério da vida", destacou.

A nova ministra criticou também as "ideologias de gênero" e reafirmou a promessa do presidente de combater o "doutrinamento ideológico" de crianças e adolescentes, que, segundo a ministra, passarão ter "acesso à verdade e serão livres para pensar".

"No nosso governo, ninguém vai nos impedir de chamar nossas meninas de princesas e nossos meninos de príncipes", prometeu Damares.

A nova ministra também condenou a violência machista, lembrou que o Brasil é "o quinto país do mundo" que mais assassina mulheres e assegurou que trabalhará para pôr um fim tanto na violência contra a mulher como na violência sexual infantil.

"Atenção, pedófilos (...) a diversão acabou no Brasil. Seremos implacáveis com abusadores", sentenciou.

Por fim, a ministra anunciou que todos seus funcionários deverão aprender, no prazo de seis meses, a linguagem de sinais e que seu ministério será marcado pela inclusão social, em linha com uma legislação que "garante a acessibilidade em todos os níveis". EFE