Procurador-geral do Peru volta atrás e renomeia promotores do caso Odebrecht
Lima, 2 jan (EFE).- O procurador-geral do Peru, Pedro Chávarry, voltou atrás em uma polêmica decisão e renomeou nesta quarta-feira os promotores Rafael Vela e José Domingo Pérez como principais membros da equipe especial montada no Ministério Público do país para investigar o ramo local do escândalo de corrupção internacional envolvendo a construtora Odebrecht.
A nova resolução de Chávarry foi anunciada enquanto o presidente do Peru, Martín Vizcarra, chegava ao Congresso para apresentar um projeto de lei para uma intervenção no Ministério Público e a renúncia dos dois promotores que tinham sido designados para substituir Vela e Pérez.
O procurador-geral destituiu ambos quando se preparavam para assinar um acordo de leniência com a Odebrecht que aparentemente agilizaria as investigações, com interrogatórios já programados sobre os grandes casos de corrupção no país.
Chávarry afirmou que tomou a medida hoje "em consideração à transcendência e à importância das investigações vinculadas com crimes de corrupção de funcionários públicos e pessoas ligadas a eles, nos quais teria incorrido a empresa Odebrecht".
O procurador-geral acrescentou que considera que devem ser "transparentes as ações tomadas pela equipe especial de promotores" e que também considerou a decisão dos promotores Frank Almanza e Marcial Páucar de recusar hoje a nomeação para os lugares de Vela e Pérez, respectivamente.
Chávarry destituiu os promotores em 31 de dezembro, a quatro horas da virada de ano, o que levou Vela e Pérez a acusá-lo de servir aos interesses da organização criminosa que eles investigam.
Os dois apresentaram hoje uma impugnação da resolução que os afastava para que fosse revisada pela comissão de procuradores supremos, composta por cinco integrantes, um deles o próprio Chávarry.
Vela afirmou ontem que o principal motivo da decisão de Chávarry é frustrar o acordo de leniência fechado com a Odebrecht, marcado para ser assinado em 11 de janeiro.
Além do ex-presidente Alan García e de Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori e líder da oposição ao atual governo, as investigações do escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht no Peru também tem como alvo os ex-presidentes Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski.
Até agora, a Odebrecht reconheceu ter pagado milhões de dólares em propinas no Peru entre 2005 e 2014, além de doações em dinheiro aos principais líderes políticos do país, para financiar suas campanhas eleitorais à presidência, em troca de facilitação na concessão de obras públicas. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.