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Venezuela foi tema central de conversa entre Bolsonaro e Duque

02/01/2019 19h23

Rio de Janeiro, 2 jan (EFE).- A situação da Venezuela e a importância da cooperação fronteiriça foram os temas abordados pelo presidente Jair Bolsonaro na conversa por telefone que teve nesta quarta-feira com seu homólogo da Colômbia, Iván Duque, informaram fontes oficiais.

"Os dois conversaram sobre a grave crise que sofre a Venezuela e sobre a necessidade de cooperar na busca de soluções" para a crise venezuelana, informou a Secretaria de Imprensa da Presidência em comunicado.

Duque entrou em contato nesta quarta-feira com Bolsonaro para felicitá-lo, desejar-lhe êxito em sua gestão e reiterar-lhe seu desejo de fortalecer as relações entre os dois países.

Além de ressaltar a importância de fortalecer os laços econômicos, Bolsonaro abordou na conversa a situação da Venezuela, cuja crise econômica, política e social ocasionou a migração de milhões de venezuelanos para as fronteiras vizinhas, incluindo Colômbia e Brasil, segundo a nota.

Neste sentido, Bolsonaro ressaltou como um dos temas de especial atenção a cooperação na área de fronteiras, na qual a Colômbia tem uma vasta experiência por ser o maior receptor de emigrantes venezuelanos.

Após ser eleito presidente, Bolsonaro disse em várias oportunidades que não obrigará os venezuelanos que buscaram refúgio no país a voltar à Venezuela, mas que imporá um regime para controlar sua entrada.

Segundo números oficiais do governo colombiano, baseados em dados de organismos internacionais, dos mais de 2,3 milhões de venezuelanos que abandonaram seu país, 50% está na Colômbia.

De acordo com os dados oficiais, desde 2017 e até setembro deste ano ingressaram no Brasil 154.920 venezuelanos pela cidade fronteiriça de Pacaraima, no estado de Roraima e única passagem fronteiriça entre ambos países, mas pouco mais da metade (79.402) já abandonou o território nacional.

As autoridades brasileiras estimam que entre 700 e 800 venezuelanos chegam diariamente a Pacaraima, principal porta de entrada da Venezuela ao Brasil.

Dos que decidiram ficar no Brasil, cerca de 5.200 estão em algum dos albergues construídos na capital Boa Vista e dependem atualmente de ajuda humanitária.

A falta de estrutura de Roraima gerou conflitos entre brasileiros e venezuelanos na fronteira e obrigou o governo a iniciar um processo para transferir os imigrantes a outras cidades, que avança lentamente.

Para resolver a crise gerada pela chegada dos venezuelanos, o então presidente Michel Temer decretou nesse ano uma intervenção na segurança de Roraima para poder enviar o exército e atender os imigrantes. EFE