Assassinos de jornalista afegão são condenados a penas de prisão e morte

Cabul, 3 jan (EFE).- Um Tribunal Antiterrorista de 1ª instância no Afeganistão ditou uma condenação de morte e penas de 30 e 6 anos de prisão para três indivíduos pelo assassinato do jornalista afegão da "BBC" Ahmad Shah em abril, na cidade de Khost, informou nesta quinta-feira a Procuradoria-Geral.

"Segundo a audiência do tribunal, o primeiro homem, Sayed Rahim, foi condenado à morte; Azizullah, conhecido como Abubakar, foi sentenciado a 30 anos de prisão; e Omaid foi sentenciado a 6 anos de prisão", disse à Agência Efe Jamshid Rasoul, porta-voz do Escritório da Procuradoria-Geral.

A audiência dos três acusados aconteceu nesta semana no Tribunal Antiterrorista da prisão de Bagram, depois que o Escritório do Procurador-Geral finalizou a investigação inicial e passou a mesma às mãos dos funcionários antiterroristas.

Rasoul explicou que o caso agora foi enviado a um Tribunal de Apelação para seguir com os procedimentos.

Shah, que trabalhava para a emissora britânica "BBC", foi baleado por homens armados na província sudeste de Khost, em 30 de abril de 2018, quando voltava para casa depois do trabalho.

Os três acusados foram detidos poucos depois como os principais suspeitos do crime, disse Rasoul sem dar os detalhes sobre a responsabilidade de cada um no assassinato.

No mesmo dia que Shah foi assassinado, outros nove jornalistas morreram e seis ficaram feridos em um ataque suicida em Cabul no qual um suicida, que se passou por funcionário da imprensa, se explodiu entre vários repórteres reunidos perto da cena de um ataque ocorrido previamente.

Rasoul afirmou que o Governo afegão está decidido a investigar os casos de violência contra jornalistas.

Com 20 jornalistas e trabalhadores de veículos de imprensa mortos e outros 20 feridos, 2018 foi o ano mais mortal para os jornalistas afegãos, segundo a organização em apoio à liberdade de imprensa no Afeganistão "NAI". EFE