Autor de atropelamento em Tóquio no Ano Novo planejava queimar multidão

Tóquio, 3 jan (EFE).- O autor do atropelamento em uma área de pedestres no centro de Tóquio na noite de Ano Novo que deixou nove feridos, um dos quais se encontra em estado grave, planejou originalmente espalhar querosene e atear fogo na multidão concentrada em um popular santuário próximo.

A polícia encontrou 20 litros de querosene e uma máquina de limpeza que usa jatos de água em alta pressão no interior do veículo dirigido pelo detido, Kazuhiro Kusakabe, de 21 anos.

"Planejei atear fogo espalhando querosene com a hidrolimpadora sobre a multidão no santuário Meiji", disse Kusakabe aos investigadores, conforme revelaram nesta quinta-feira fontes policiais ao jornal japonês "Asahi".

O santuário Meiji, no distrito de Shibuya, é um dos destinos mais populares de Tóquio para as visitas no dia de Ano Novo, no qual os japoneses comparecem em massa a partir da meia-noite a templos e santuários para rezar e pedir por um bom ano.

O jovem pretendia entrar com o veículo no santuário Meiji, perto de onde aconteceu o atropelamento, mas não conseguiu fazê-lo porque o trânsito estava fechado devido ao fluxo de visitantes.

A polícia acredita que Kusakabe, que dirigia um veículo alugado na cidade de Osaka, mudou então seus planos e entrou por um vão da barricada policial na área de pedestres, fechada para o tráfego por conta das comemorações.

Após percorrer cerca de 140 metros ferindo oito pessoas, uma delas um universitário de 19 anos que está em estado grave, o veículo se chocou contra um edifício e Kusakabe saiu correndo, causando ferimentos leves a uma nona pessoa.

O incidente aconteceu dez minutos depois da chegada de 2019.

Quando Kusakabe foi capturado 20 minutos depois no parque Yoyogi, suas roupas estavam embebidas em querosene, detalhou Asahi.

Sobre sua motivação, o jovem disse à polícia que tinha chegado a Tóquio para cometer um "ataque terrorista" em represália "contra o sistema de pena de morte" vigente no Japão.

A polícia metropolitana de Tóquio está investigando os detalhes desta alegação e tentando esclarecer os motivos do autor do atentado. EFE