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Delegação dos EUA visita Turquia para investigar organização de Gülen

03/01/2019 11h22

Ancara, 3 jan (EFE).- Uma delegação americana composta por promotores e membros do FBI e dos serviços secretos dos EUA, iniciou nesta quinta-feira uma investigação em Ancara centrada na organização do dissidente clérigo turco Fethullah Gülen, informou a emissora turca "CNNTürk".

O Governo turco acredita que Gülen, exilado nos EUA, impulsionou o fracassado golpe de Estado militar de julho de 2016 e declarou o movimento do clérigo como "organização terrorista", mesmo que esta rede religiosa tenha sido aliada do próprio Governo até 2013.

A delegação americana começou no Palácio de Justiça de Ancara os interrogatórios de vários "gülenistas" detidos sob a acusação de serem dirigentes do golpe e assistiu a uma sessão de um julgamento.

A imprensa turca não deu detalhes sobre a composição da delegação americana e nem de que instituição ou órgão depende.

A Turquia exige a extradição de 84 pessoas exiladas nos EUA que são consideradas membros da organização, entre eles o próprio Gülen, que vive desde 1999 no estado da Pensilvânia.

Vários altos cargos turcos afirmaram que o Governo enviou "caixas inteiras" de material e provas aos Estados Unidos para documentar o envolvimento dos suspeitos no fracassado golpe de Estado, mas aparentemente estas não convenceram as autoridades americanas.

Na quarta-feira, o ministro de Justiça turco, Abdulhamit Gül, insistiu em entrevista à emissora "CNNTürk" que não há obstáculos legais para que os EUA extraditem Gülen, sublinhando que "na Turquia não existe pena de morte".

Gül acrescentou que até o momento a demanda de extradição também não tinha sido rejeitada.

Durante a cúpula do G20, realizada há um mês em Buenos Aires, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu Governo trabalha no assunto da extradição de Gülen.

No entanto, um destacado jurista entrevistado pela "CNNTürk" garantiu que os EUA provavelmente extraditarão alguns membros da confraria, mas não o próprio Gülen. EFE