Netanyahu considera "absurdo" que procuradoria possa acusá-lo antes de pleito
Jerusalém, 3 jan (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, considera "absurda" a possibilidade de que o Ministério Público apresente uma acusação contra ele pelos casos de corrupção pelos quais é investigado antes das próximas eleições gerais e responsabilizou "a esquerda e os meios de comunicação" de pressionar para que o órgão tome essa medida.
"Durante anos, os meios de comunicação e os manifestantes de esquerda exerceram uma pressão brutal e desumana sobre o procurador-geral para que apresentasse uma acusação contra mim a qualquer preço, inclusive quando não há nada que provar", disse Netanyahu em um vídeo divulgado nesta quinta-feira nas redes sociais.
"Agora esta pressão atingiu seu ponto máximo. Tentam forçar o procurador-geral a intervir nas eleições anunciando uma audiência, quando está claro que é impossível completar uma audiência de acusação antes das eleições (de abril)", afirmou Netanyahu, razão pela qual considerou "absurdo" apresentá-la neste período.
Este vídeo é publicado dias depois que alguns meios de comunicação indicarem que o procurador-geral, Avichai Mandelblit, e o promotor do Estado, Shai Nitzan, estariam trabalhando para fechar nas próximas semanas três investigações em andamento e decidir se apresentam ou não acusações contra o chefe de governo antes do pleito.
Estas eleições foram adiantadas de novembro para o próximo dia 9 de abril, depois que a coalizão governante se desfez na noite de 24 de dezembro devido ao desacordo diante de uma proposta de lei para aumentar o recrutamento para o serviço militar obrigatório entre os judeus ultraortodoxos, que se seguiu a uma crise anterior do Executivo.
Mandelblit avalia acusar Netanyahu em vários casos de corrupção nos quais ele nega qualquer responsabilidade, embora, segundo anunciaram recentemente fontes da promotoria citada pela imprensa, o grupo de promotores que os investiga decidiu, como fez previamente a polícia, recomendar a acusação do chefe de governo por suborno nos chamados casos 2000 e 4000.
O caso 2000 averigua uma suposta tentativa de pacto entre Netanyahu e Arnon Mozes, editor de um dos jornais de maior difusão de Israel, o "Yedioth Ahronoth", para receber uma cobertura favorável.
Já o caso 4000, considerado o mais grave, investiga se Netanyahu favoreceu o magnata da comunicação e principal acionista do Grupo Bezeq e do portal de notícias "Walla", Shaul Elovitch, em troca de uma cobertura positiva para ele e sua família entre 2012 e 2017.
Por outro lado, a equipe do promotor ainda não teria decidido a opinião legal sobre o caso 1000 que investiga a recepção de presentes de luxo, no valor de US$ 282.000, em troca de favores.
Netanyahu negou seu envolvimento reiteradamente e hoje voltou a acusou a esquerda de querer "sequestrar as eleições". EFE
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