Entrada de mais uma mulher em templo hindu na Índia gera protestos
Nova Délhi, 4 jan (EFE).- Uma terceira mulher conseguiu entrar no templo hindu de Sabarimala, no estado de Kerala, depois que a justiça suspendeu a proibição de visitação ao local por pessoas do sexo feminino em idade de menstruar, o que suscitou protestos nesta sexta-feira no sul da Índia.
Sasikala, de 47 anos e natural do Ski Lanka, seguiu os passos das duas mulheres que na quinta-feira se aproveitaram da suspensão de uma norma mantida por décadas a todas as mulheres, que eram proibidas de entrar no templo sob a crença de que a menstruação pode debilitar as energias do deus Ayyappa, disse à Agência Efe o porta-voz da polícia de Kerala, V.P. Pramod Kumar.
Kerala ficou paralisado pela violência nestes últimos dois dias, desde que as duas primeiras mulheres entraram no templo, e foram registrados danos materiais e centenas de feridos (129 civis, 135 oficiais de polícia e 10 jornalistas).
As autoridades detiveram até agora 1.718 pessoas vinculadas aos protestos e praticou 1.108 detenções de caráter "preventivo", precisou o porta-voz.
As duas primeiras mulheres que ingressaram no templo fizeram durante a madrugada, escoltadas por vários agentes de segurança e através de uma porta alternativa para evitar serem vistas pelos devotos.
O Supremo Tribunal suspendou em setembro deste ano a proibição de entrada que pesava sobre as mulheres dentre 10 e 50 anos, consideradas "impuras" por estar em idade de menstruar.
Os cinco juízes da alta Corte, liderados pelo presidente do Supremo, Dipak Misra, decidiram por quatro votos a favor e um contra permitir o ingresso das mulheres mo templo do deus Ayyappa, ao considerar que "a devoção não pode estar submissa à discriminação de gênero".
No entanto, as mulheres que tentaram entrar no santuário nos últimos mses tiveram que deixar o local sem sucesso, fazendo frente a diferentes grupos de pessoas, devotos e membros da extrema-direita hindus, que resistem a acatar a decisão do tribunal.
Na Índia as mulheres sofrem, durante a menstruação, limitações como a proibição de manipular alimentos ou cozinhar e a obrigação de dormir em um quarto ou em camas separadas de seu marido ou familiares. EFE
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