ONU confirma que Governo de Maduro convidou Bachelet para visitar a Venezuela
Genebra, 4 jan (EFE).- O Governo da Venezuela convidou formalmente a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, a visitar o país, como pediam os opositores, familiares e advogados de presos políticos venezuelanos, confirmou nesta sexta-feira a organização.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU respondeu a este convite pedindo que uma de suas equipes técnicas visite previamente o país latino-americano para "assegurar que (Bachelet) terá acesso a todas as áreas necessárias", destacou hoje a porta-voz da organização Ravina Shamdasani.
Shamdasani acrescentou que ainda não há uma data concreta para a viagem de Bachelet e nem uma lista dos lugares que a alta comissária deseja visitar.
"Habitualmente, quando um alto comissário vai a um país, costuma realizar viagens fora da capital, a zonas onde há denúncias de violações dos direitos humanos, ou a centros de detenção", disse a porta-voz, que esclareceu que por enquanto só houve um contato inicial com as autoridades venezuelanas, por isso que, por enquanto, não há pontos de desacordo sobre a visita.
A ex-presidente chilena e seus antecessores no cargo de alto comissariado estão há anos sem poder enviar missões à Venezuela porque não obtêm autorizações do regime de Nicolás Maduro.
Nos últimos três meses, um grupo de ativistas liderado por Lilian Tintori, esposa do dirigente preso Leopoldo López, compareceu semanalmente à sede da ONU em Caracas para pedir a visita de Bachelet com o objetivo de que constatasse a situação dos presos políticos e dos casos de manifestantes assassinados.
Por causa da possível visita, as duas vezes candidato à Presidência da Venezuela Henrique Capriles manifestou no mês passado suas dúvidas diante de uma possível visita de Bachelet e o temor de que o Governo lhe impeça de ver os problemas reais que o país sofre.
Em uma coluna publicada em 16 de dezembro, o líder opositor pediu à representante da ONU que visitasse bairros e hospitais para conhecer a escassez de alimentos e de atendimento médico, e também que visitasse as prisões e visse "como funciona o poder nestes locais". EFE
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