Tribunal peruano rejeita apelação de Keiko Fujimori para sair da prisão
Lima, 4 jan (EFE).- A líder opositora peruana Keiko Fujimori seguirá em prisão preventiva por 36 meses enquanto é investigada pelo crime de lavagem de dinheiro depois que um tribunal de segunda instância rejeitou nesta sexta-feira o recurso de apelação que apresentou no final do ano passado.
A Segunda Sala Penal de Apelações resolveu de forma unânime declarar infundado o recurso apresentado por Keiko contra a resolução do juiz Richard Concepción Carhuancho, que no último dia 31 de outubro decretou a prisão preventiva da filha do ex-presidente Alberto Fujimori para evitar riscos processuais nas investigações realizadas sobre ela.
Segundo o juiz, existem indícios de que Keiko Fujimori supostamente liderou uma organização criminosa dentro do seu partido Força Popular para captar dinheiro ilícito e assim chegar ao poder, para depois retribuir os favores com esquemas de corrupção.
A construtora brasileira Odebrecht afirma ter desembolsado de forma irregular US$ 1 milhão para financiar as campanhas políticas de Keiko e de seu partido.
A Segunda Sala Penal de Apelações, formada pelos juízes Octavio Sahuanay, Jessica León e Iván Quispe, reconheceu na sua resolução que a decisão de manter Keiko na prisão se justifica particularmente pelo perigo de "obstaculização da atividade probatória" que poderia acontecer se fosse libertada.
Segundo o tribunal, as tentativas de Keiko Fujimori em ocultar os supostos atos ilícitos e manipular as testemunhas dos mesmos "têm evidência corroborativa em alto grau de probabilidade" e, portanto, "configuram um nível de obstrução concreta e não especulativa".
A audiência desta apelação aconteceu no último dia 15 de dezembro e nela a defesa de Keiko Fujimori questionou a decisão do juiz Concepción e afirmou que este estava influenciado "por julgamentos midiáticos sem mediar um justo processo".
Além disso, alegou que a decisão carece de fundamento porque "não há elementos que indiquem que Keiko Fujimori podia ter conhecimento da ilicitude da fonte (dinheiro)" que supostamente teria lavado.
Keiko Fujimori também falou na audiência e considerou a medida contra ela como "injusta, desproporcional e arbitrária", ao mesmo tempo em que reafirmou sua postura de que não fugiria do país nem obstaculizaria as investigações.
A promotoria, por sua parte, defendeu a decisão porque esta cumpria todos os padrões constitucionais e ressaltou, particularmente, as ações do partido Força Popular, dirigido por Keiko, para entorpecer o trabalho do Ministério Público.
Desde a data da audiência, foram reiteradas as queixas e comunicados públicos de Keiko Fujimori sobre a lentidão da resolução judicial e sobre sua inocência. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.