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Presidente de Taiwan pede apoio internacional diante de pressão da China

05/01/2019 07h40

Taipei, 5 jan (EFE).- A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, fez uma chamada neste sábado à comunidade internacional para que apoie a ilha e sua democracia diante da crescente pressão da China sobre o Estado insular.

"Esperamos que a comunidade internacional leve a sério e expresse seu apoio e nos ajude", disse Tsai em entrevista coletiva em Taipé, em referência ao discurso pronunciado na quarta-feira pelo presidente da China, Xi Jinping, no qual afirmou que Taiwan "deve ser e será reunificada" com a China, objetivo para o qual não descartou o uso da força.

A governante qualificou as palavras de Xi como um ataque à democracia e à liberdade de Taiwan e perguntou qual país democrático será o seguinte a experimentar o assédio chinês.

Tsai pediu a Pequim que adote uma "percepção correta" do que sentem e pensam os taiuaneses e disse que as pressões e ameaças chinesas são contraproducentes e afetam negativamente os laços bilaterais.

A presidente acrescentou que no discurso do presidente da China se escondiam "dois perigos fundamentais para a liberdade e democracia" de Taiwan, ao rejeitar sua existência política e ao descartar seu Governo como interlocutor.

Taiwan não pode aceitar as premissas chinesas de uma "só China" e "um país, dois sistemas", particularmente no contexto do chamado "Consenso de 1992", que deixam claras "suas intenções políticas para Taiwan e seus passos para a unificação", disse a responsável do Executivo ilhéu.

Essas máxima representam "um grande desprezo ao fato de que Taiwan existe e está em pleno funcionamento, como todos os restantes países democráticos".

A governante ilhoa também rejeitou o plano chinês de negociar com "os partidos políticos ao invés do Governo eleito democraticamente de Taiwan", algo que qualificou como parte da campanha de Pequim "para minar e subverter o nosso processo democrático e criar divisão na nossa sociedade".

Tsai acrescentou que, como "presidente escolhida democraticamente", não tem dever mais importante do que "defender a democracia, a liberdade e a forma de vida" da ilha, que "fazem parte fundamental" da identidade nacional taiuanesa.

Todos os partidos políticos de Taiwan rejeitaram tanto a interpretação feita por Pequim do uma "só China" como a fórmula de um "país, dois sistemas" aplicados por Pequim em Hong Kong. EFE