Congresso peruano analisará situação de procurador-geral mesmo com "boicote"
Lima, 7 jan (EFE).- A Junta de Porta-Vozes do Congresso do Peru chegou a um acordo nesta segunda-feira para convocar o plenário para avaliar a situação do questionado procurador-geral, Pedro Chávarry, apesar do "boicote" das bancadas do partido fujimorista Força Popular e da Aliança Popular Revolucionária Americana, que não compareceram à reunião.
O legislador Richard Arce, da bancada esquerdista Nuevo Perú, informou que a Junta de Porta-Vozes chegou a um acordo para realizar hoje o plenário do parlamento, apesar das atitudes do Força Popular e da Aliança Popular Revolucionária Americana (APRA) que, com suas ausências, "boicotaram o quórum" para impedir a aprovação da agenda.
O plenário do Congresso deve colocar em pauta o projeto de lei apresentado pelo presidente do Peru, Martín Vizcarra, para declarar em estado de emergência o Ministério Público (MP) e aprovar a saída de Chávarry por aparentes interferências nas investigações sobre os desdobramentos da Lava Jato no Peru.
A equipe especial do MP peruano responsável pela Lava Jato no país tem como alvo os ex-presidentes Alejandro Toledo, Alan García, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski, além da líder do Força Popular, a deputada Keiko Fujimori.
No entanto, Chávarry tentou destituir os promotores responsáveis pelas investigações, mas voltou atrás diante da pressão social e da reação do Poder Executivo, que propôs declarar em estado de emergência o Ministério Público para removê-lo do cargo.
Arce acrescentou que sua bancada pedirá a renúncia do presidente da Comissão de Acusações Constitucionais, o fujimorista César Segura, por não ter tramitado com rapidez as denúncias desse grupo de trabalho, entre elas uma contra Chávarry.
Por sua vez, o porta-voz do Força Popular, Carlos Tubino, declarou à imprensa que sua bancada não compareceu à Junta de Porta-Vozes porque está solicitando que primeiro seja convocado o Conselho Diretor para estabelecer a agenda do plenário.
Tubino tinha pedido na sexta-feira passada que o plenário fosse convocado imediatamente, ao reivindicar que o titular do parlamento, Daniel Salaverry, que está de férias e fora do país, retornasse o mais rápido possível.
Já o legislador Mauricio Mulder, da APRA (também conhecido como Partido Aprista), disse que seu grupo não participou da Junta de Porta-Vozes porque é contrário à presença dos representantes de duas novas bancadas no parlamento.
O presidente do Legislativo, Daniel Salaverry, lamentou a "atitude obstrucionista do Força Popular" e lembrou que foram eles quem pediram que a Junta de Porta-Vozes fosse convocada com urgência.
"Isso é agir com transparência e coerência? A população continuará julgando-os", escreveu Salaverry no Twitter.
O procurador-geral do Peru é questionado por diversos setores por supostamente interferir nas investigações contra García e Fujimori e sua renúncia é exigida pelo Poder Executivo desde que ele decidiu destituir, mas depois voltou atrás, os promotores que investigam o escândalo de propinas da empresa brasileira Odebrecht entre 2005 e 2014 no país. EFE
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