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Mais de 800 pessoas foram detidas desde o início de protestos no Sudão

07/01/2019 16h03

Cartum, 7 jan (EFE).- Pelo menos 816 pessoas foram detidas desde o início dos protestos no Sudão no último dia 19 de dezembro, convocados pela oposição para denunciar a crise econômica e social e pedir a saída do presidente do país, Omar al Bashir, disse nesta segunda-feira o ministro de Interior sudanês, Ahmed Belal Ozman, diante do parlamento.

Trata-se da primeira cifra que o ministério oferece sobre as pessoas detidas durante os protestos.

Desde o início das mobilizações, pelo menos 19 pessoas morreram, entre elas dois policiais, e houve pelo menos 131 denúncias na promotoria de pessoas feridas, segundo Ozman.

O ministro indicou, além disso, que 127 policiais ficaram feridos nos protestos e 118 edifícios governamentais foram danificados, entre eles 14 delegacias de polícia.

"O gás lacrimogêneo não queima, mas as garrafas de coquetel molotov que foram lançadas pelos vândalos são as que provocaram os incêndios", destacou o ministro.

Ozman acusou os manifestantes "pelo uso da sabotagem" que estava planejada por "mãos ocultas", que utilizaram "pedras e armas brancas atacando e saqueando bens públicos".

Por último, acrescentou que o governo não permitirá "que o sistema mude à força" e, por isso, "os provocadores foram detidos e serão julgados", sem dar detalhes sobre as acusações que serão apresentadas.

A Associação de Profissionais Sudaneses, de tendência esquerdista, liderou as convocações desde o começo das mobilizações, que continuam em várias regiões e cidades do Sudão e às quais têm se somado estudantes e os principais partidos da oposição para denunciar a crise social e econômica.

As passeatas também pedem a saída de Bashir, que ostenta o poder no Sudão desde 1989 após liderar um golpe de Estado no país. EFE