Nigéria detém jornalista após texto que desmentia informações do Exército
Abuja, 7 jan (EFE).- Soldados da Nigéria revistaram os escritórios do jornal local "Daily Trust" e detiveram dois jornalistas depois da publicação de uma informação sobre uma operação militar contra o grupo jihadista Boko Haram, informaram nesta segunda-feira os veículos de imprensa locais.
"Suspeitamos que (esta operação militar) corresponde à história principal de domingo no Daily Trust centrada no esforço do Exército para recuperar algumas cidades que, segundo relatórios, tinham perdido recentemente para os insurgentes", anunciou ontem à noite em comunicado o editor-chefe deste jornal, Malam Mannir Dan-Ali.
As batidas ocorreram em escritórios deste jornal em Lagos e Abuja, após uma primeira revista na sede de Maiduguri, no estado de Borno, onde os militares perguntaram pelo repórter que tinha escrito esta notícia e detiveram o editor regional Uthman Abubakar e o jornalista Ibrahim Sawab.
Na redação de Maiduguri os soldados ficaram por cinco horas, tempo durante o qual militares fortemente armados confiscaram vários computadores.
O "Daily Trust" desmentiu em 31 de dezembro a versão oficial do Exército de que nenhum território do estado de Borno estava sob o poder dos insurgentes ao informar que seis localidades, incluída Baga, tinham sido ocupadas.
Após o texto, o Exército anunciou em comunicado que o jornal tinha divulgado "informação militar classificada e solapado a segurança nacional" e ameaçou tomar medidas a respeito.
"O Governo Federal ordenou aos militares desalojar as instalações do Daily Trust e a ordem foi cumprida", disse ontem à noite no Twitter o porta-voz da Presidência, Garba Shehu.
"Os problemas entre o Exército e o jornal, já que afetam a cobertura da guerra no nordeste, serão resolvidos mediante o diálogo", concluiu.
Embora o Governo nigeriano insista que o Boko Haram está debilitado e que os terroristas perderam terreno até serem encurralados em áreas fronteiriças, a violência contra alvos militares e civis aumentou nos últimos meses. EFE
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