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Polícia alemã revista imóvel após ciberataque em massa

07/01/2019 08h40

Berlim, 7 jan (EFE).- A polícia alemã revistou no domingo uma casa na cidade de Heilbronn, no sul do país, como consequência da investigação aberta após o ciberataque em massa contra políticos e figuras públicas, entre elas a chanceler Angela Merkel, informaram nesta segunda-feira a emissora pública "ARD" e a emissora regional "RBB".

Agentes do Escritório Federal de Investigação Criminal (BKA) revistaram ontem pela manhã tanto a casa como o lixo de um homem de 19 anos em Heilbronn, no estado federado de Baden-Württemberg, e apreenderam aparatos técnicos.

O jovem, considerado por enquanto testemunha no caso, se mostrou disposto a cooperar durante o interrogatório.

"Posso confirmar que foi realizada uma revista na minha casa e que fui interrogado durante várias horas. Neste momento não quero, a pedido da BKA, fazer mais declarações publicamente", disse o homem, Khan Schürlein, aos jornalistas.

Schürlein tinha declarado previamente através do Twitter ter entrado em contato há tempos com o suposto responsável do ciberataque, que supostamente se chama "Orbit".

Segundo o jovem, "Orbit" entrou em contato com ele após a publicação dos dados de políticos e personalidades públicas e que incluem números de celulares, e-mails, endereços postais, documentos internos dos partidos, documentos bancários pessoais e informações sensíveis sobre o entorno familiar.

Durante a noite, compartilhou no Twitter uma captura de tela que segundo afirma mostra uma conversa mantida em 4 de janeiro com o "hacker" e na qual este lhe informa sobre a intenção de destruir seus equipamentos técnicos.

Schürlein, além disso, disse que "Orbit" eliminou sua conta na rede de mensagem Telegram, utilizada durante anos para se comunicar de forma encriptada.

Schürlein é empregado no setor de tecnologias da informação e tinha sido apontado nas redes sociais como suspeito de ser o próprio "Orbit", algo que desmentiu.

O ciberataque foi um dos maiores da história na Alemanha, que afetou centenas de políticos e várias figuras públicas, como artistas e jornalistas, informou na sexta-feira o Governo, que o qualificou de um ato "grave" contra as instituições democráticas.

Segundo o Ministério do Interior, a dimensão do ataque não foi revelada até a noite de quinta-feira, embora a publicação de dados tinha iniciado antes do Natal em uma conta do Twitter, com cerca de 17 mil seguidores e em formato digital do tradicional calendário de Advento. EFE