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Senado chileno revoga nacionalidade de cardeal acusado de acobertar abusos

07/01/2019 20h39Atualizada em 07/01/2019 23h02

Santiago (Chile), 7 jan (EFE).- A Comissão de Direitos Humanos do Senado do Chile decidiu revogar nesta segunda-feira a nacionalidade por graça dada em 2006 ao arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, acusado de acobertar casos de abuso sexual.

A decisão da medida promovida pelas senadoras Ximena Rincón, do Partido Democracia Cristã, e Adriana Muñoz, do Partido pela Democracia, foi tomada de forma unânime e deverá ser ratificada agora pela Câmara Alta e pela Câmara dos Deputados.

Segundo as senadoras, a nacionalidade foi concedida ao sacerdote italiano pela contribuição feita ao país como religioso, principalmente em temas de educação.

"Mas agora sabemos que isto não é verdade porque não apoiou os menores e isto não tem a ver com razões judiciais", afirmaram.

Na mesma linha, o senador Alejandro Navarro, integrante da Comissão de Direitos Humanos, indicou que os legisladores compreenderam a dor das vítimas.

"Nos preocupados com aqueles que sofreram atropelos de sua dignidade e tendo denunciado, a hierarquia escondeu", disse.

Em outubro do ano passado, Ezzati se apresentou à Promotoria regional de O'Higgins como acusado pelo suposto acobertamento de casos de abuso sexual, mas optou por usar o direito de não se manifestar. Ele faz parte do grupo de sete bispos investigados pela Promotoria Nacional do Chile por casos semelhantes.

Fontes da Promotoria disseram à Agência Efe que até 5 de novembro do ano passado, 139 investigações tinha sido abertas envolvendo 190 pessoas relacionadas à Igreja Católica e 245 vítimas. EFE