União Africana condena "energicamente" tentativa de golpe no Gabão
Adis Abeba, 7 jan (EFE).- A União Africana (UA) condenou "energicamente" nesta segunda-feira a tentativa de golpe de um grupo de militares no Gabão que tomou a rádio estatal para estabelecer um "conselho nacional de restauração" a fim de "salvar o país do caos".
"A União Africana condena energicamente a tentativa de golpe desta manhã no Gabão", afirmou o presidente do secretariado da UA, Moussa Faki Mahamat, em sua conta oficial no Twitter.
"Reafirmo a rejeição total da UA a toda mudança de poder inconstitucional", acrescentou Mahamat, poucas horas depois da divulgação da notícia da ação dos militares no pequeno país petroleiro do litoral oeste da África Central.
A UA reagiu assim minutos antes de que o porta-voz do governo, Guy-Bertrand Mapangou, confirmou à Agência Efe que os soldados responsáveis pela aparente tentativa golpe de Estado cometida no Gabão foram detidos.
"A situação está sob controle e a normalidade será restaurada em um prazo de três horas", afirmou Mapangou, depois que nesta manhã vários militares tomaram a rádio estatal.
"É hora de tomar o nosso destino nas nossas mãos, chegou a hora do dia tão esperado. Esse dia em que o exército decidiu colocar-se do lado do seu povo para salvar o Gabão do caos", disse hoje o tenente Kelly Ondo Obiang na rádio estatal.
A tentativa golpista ocorreu uma semana depois de o chefe de Estado, Ali Bongo Ondimba, pronunciar um discurso dirigido à nação em 31 de dezembro de Rabat, onde se recupera de uma doença que lhe manteve afastado do país desde outubro.
Esse discurso de Ano Novo "reforçou as dúvidas" sobre sua capacidade para continuar no poder "ao se mostrar um paciente sem muitas das suas faculdades físicas e mentais", argumentou o tenente Obiang, que se apresentou como comandante adjunto da Guarda Republicana e presidente do Movimento da Juventude Patriótica das Forças de Defesa e Defesa do Gabão (MPJFDS).
Durante a manhã foi possível ouvir disparos na capital gabonesa, Libreville, em cujas ruas havia uma presença incomum de veículos militares, segundo informaram meios de comunicação locais.
Bongo foi internado em um hospital de Riad no último dia 24 de outubro pelo que a presidência do Gabão descreveu como "fadiga severa".
No entanto, alguns meios de comunicação asseguraram pouco depois, citando fontes oficiais, que Bongo tinha sofrido um derrame.
No final de novembro, o presidente viajou para o Marrocos, onde recebeu o apoio do rei Mohammed VI para continuar em Rabat seu processo de recuperação.
O silêncio oficial e sua prolongada ausência do país africano encorajaram a oposição a criticar com dureza o "vazio de poder" existente.
No último dia 14 de novembro, o Tribunal Constitucional emendou a Carta Magna com o objetivo de que o vice-presidente do Gabão, Pierre Claver Maganga Moussavou, pudesse presidir o gabinete de ministros à revelia de Bongo.
Filho de Omar Bongo, presidente da pequena nação petrolífera do litoral oeste da África Central durante mais de quatro décadas (1967-2009), Ali Bongo sucedeu seu pai em 2009.
Em 2016, foi reeleito em pleitos muito disputados, o que causou uma revolta social na qual morreram várias pessoas e cerca de mil foram detidas. EFE
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