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Começa na Turquia o julgamento por assassinato de embaixador russo em 2016

08/01/2019 14h07

Istambul, 8 jan (EFE).- O julgamento pelo assassinato do embaixador russo Andrei Karlov em dezembro de 2016 foi iniciado nesta terça-feira em um tribunal de Ancara com 28 acusados que a procuradoria considera membros da rede do pregador exilado Fethullah Gülen.

Karlov foi assassinado em 19 de dezembro de 2016, durante a inauguração de uma exposição fotográfica em Ancara dedicada à Rússia.

O policial Mevlüt Mert Altintas, que morreu horas depois em um tiroteio com as forças de segurança, disparou contra o embaixador como uma possível vingança pelo papel das tropas russas na Síria, aliadas ao regime de Bashar al Assad.

O governo turco, no entanto, considera que Altintas agiu por ordem de Gülen para sabotar a reconciliação entre Turquia e Rússia, que poucos meses antes tinham posto fim a um conflito diplomático.

Na primeira parte do julgamento, que deve se prolongar até a sexta-feira, falaram três acusados, todos policiais que tinham estudado na mesma academia que Altintas em Esmirna (oeste do país) e considerados membros da rede de Gülen pela procuradoria, informou a agência turca "Anadolu".

Os três rejeitaram a acusação e afirmaram que a rede tentou captá-los como membros, mas sem sucesso, e que só conheciam de vista o homicida.

Entre os 28 acusados de envolvimento no crime está o próprio Gülen, que vive desde 1999 exilado na Pensilvânia, nos Estados Unidos, assim como o organizador da exposição fotográfica, Mustafa Timur Özkan, já detido.

A procuradoria também acusou dois acadêmicos turcos, Serif Ali Tekalan e Emre Uslu, ambos com acusações em universidades particulares americanas vinculadas à rede de Gülen, a quem Ancara também atribui a fracassada tentativa de golpe de Estado de 2016.

Mais da metade é acusada de "assassinato com fins terroristas", "conspiração para derrubar a ordem constitucional", "instigação" e "conspiração para um assassinato com fins terroristas", crimes que podem ser punidos com prisão perpétua. EFE