Holanda afirma que Irã está por trás do assassinato de 2 opositores no país

Haia, 8 jan (EFE).- O governo da Holanda afirmou nesta terça-feira ter "fortes indícios" de que o Irã está envolvido no assassinato de dois opositores ao regime de Teerã em 2015 e em 2017, e informou que, por essa razão, expulsou dois diplomatas iranianos nos Países Baixos, segundo uma carta enviada ao parlamento.

"Informamos ao Irã que a participação em tais assuntos é totalmente inaceitável e deve parar imediatamente. Esperamos que coopere plenamente para eliminar as preocupações atuais e, se for necessário, que coopere nas investigações criminais. Se isto não acontecer, não estão excluídas mais sanções", explicou o Executivo holandês na carta.

O governo holandês ressaltou que "tais ações hostis violam a soberania holandesa e são inaceitáveis" e garantiu que Teerã, quando perguntado pela Holanda, "negou qualquer participação nestas eliminações" de opositores ao seu regime.

Baseado em dados do serviço geral de inteligência holandês (AIVD), o governo acrescenta que expulsou em junho do ano passado dois diplomatas da embaixada do Irã em Haia, "não pela sua participação nas eliminações, mas como claro sinal" de que a Holanda "considera inaceitável que o Irã esteja provavelmente por trás destes casos graves".

O ministro de Relações Exteriores, Stef Blok, e a de Interior, Kajsa Ollongren, confirmaram que as autoridades holandesas estão fazendo investigações criminais sobre os assassinatos dos holandeses de origem iraniana Mohammad Samadi, em 2015 em Almere, e Ahmad Nissi, em 2017 em Haia.

Por outro lado, Blok e Ollongren explicaram que Holanda, Reino Unido, França, Alemanha, Dinamarca e Bélgica transmitiram às autoridades iranianas "sua profunda preocupação" com a "possível participação do Irã nestas ações hostis" em território europeu. EFE