Nova procuradora-geral do Peru declara emergência no Ministério Público
Lima, 8 jan (EFE).- A nova procuradora-geral do Peru, Zoraida Ávalos, anunciou nesta terça-feira que declarará estado de emergência no Ministério Público para enfrentar a crise aberta no órgão com a renúncia de Pedro Chávarry e para acelerar as investigações de grandes casos de corrupção no país, entre eles o escândalo envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.
"Instrui declarar emergência no Ministério Público com a finalidade de recuperar a confiança dos cidadãos na nossa instituição", afirmou Ávalos em entrevista coletiva realizada pouco depois de ser nomeada para substituir Chávarry no cargo.
Ávalos antecipou que, entre as medidas que serão adotadas durante a vigência do estado de emergência, está o aumento da equipe especial encarregada de investigar a Lava Jato no país. Quem também ganhará reforço é a promotoria especializada da província do Callo, que tenta desmontar uma rede de corrupção no Judiciário.
Uma das responsabilidades dessa segunda equipe será transcrever todas as escutas telefônicas realizadas no ano passado que revelaram a corrupção no Judiciário. A partir disso, o objetivo da procuradora-geral é processar os envolvidos no escândalo.
A nova procuradora-geral afirmou que assumir o comando do Ministério Público é uma oportunidade de promover uma mudança "real e substantiva" no cargo. Ávalos foi indicada após a renúncia de Chávarry, acusado de ter envolvimento com a corrupção no sistema judicial peruano e de interferir nas investigações da Lava Jato.
O agora ex-procurador-geral demitiu no dia 31 de dezembro os promotores responsáveis por comandar as investigações envolvendo a Odebrecht no país, uma medida revertida por ele pouco depois, após pressão de políticos e da sociedade civil.
Além disso, Chávarry seria ligado à Keiko Fujimori, líder da oposição e um dos alvos da investigação, em prisão preventiva por lavagem de dinheiro. As suspeitas sobre a isenção do ex-procurador-geral cresceram depois da divulgação de imagens de uma conversa por aplicativo na qual congressistas fujimoristas expressavam a necessidade de mantê-lo no comando do órgão.
Também estão sendo investigados os ex-presidentes Alejandro Toledo, Alan García, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski. EFE
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