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Deputado britânico denuncia ameaças de morte por voto contra Governo

09/01/2019 11h51

Londres, 9 jan (EFE).- O deputado conservador Nick Boles denunciou nesta quarta-feira que foi ameaçado de morte depois de ter votado a favor da emenda que limita o poder financeiro do Governo no caso de um "Brexit" sem acordo.

"Seus dias estão contados, traidor! Prepara-se para morrer!", é a mensagem anônima recebida pelo político através de um e-mail e que se une assim à crescente onda de violência verbal em torno do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Nesta mesma semana, a parlamentar conservadora Anna Soubry foi criticada nas imediações do Parlamento britânico com insultos e acusações de "nazista" por parte de manifestantes de extrema-direita.

Estes fatos que provocaram a indignação dos deputados. A partir disso, 50 pediram à polícia de Londres que aumente a segurança em torno de Westminster, uma solicitação que foi atendida.

O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, censurou o "padrão de protestos" contra jornalistas e deputados, algo que qualificou de "francamente intolerável".

A primeira-ministra, Theresa May, também condenou os fatos ao início da sessão semanal de perguntas e respostas "na Câmara dos Comuns, assim como o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn".

"Temos que criar um espaço seguro para o debate político", indicou Corbyn.

Por sua vez, Boles, em entrevista à "BBC Radio 5 Live", insistiu sobre a necessidade de a polícia tomar "passos ativos" na perseguição deste tipo de comportamento.

"Estas ameaças não podem ser normais. Necessitamos de mais gente perseguida e presa por este tipo de atos", ressaltou.

Boles lamentou a "facilidade" com a qual pessoas, de forma anônima, podem enviar ameaças através das redes sociais, e lembrou que embora uma linha escrita possa parecer inofensiva, "é uma ofensa criminosa".

A tensão em torno do processo do "Brexit" se acentuou nos últimos dias, coincidindo com o reatamento hoje no Parlamento do debate sobre o acordo e diante da votação final sobre o mesmo que acontecerá na próxima terça-feira, 15 de janeiro. EFE