Topo

EUA têm "dificuldades" de deixar Síria por relação com milícia, diz Turquia

09/01/2019 10h46

Ancara, 9 jan (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, declarou nesta quarta-feira que os Estados Unidos têm "dificuldades" para deixar o território da Síria por seu envolvimento com a milícia curda YPG, que Ancara considera "terrorista".

"Ouvimos vozes de diferentes instituições dos Estados Unidos. Vemos que os EUA têm dificuldades para se retirar (da Síria). Após estarem bastante envolvidos com uma organização terrorista, é difícil deixá-la", afirmou Çavusoglu em entrevista coletiva em Ancara, segundo a emissora "CNNTürk".

Assim, o ministro turco fez alusão à milícia curdo-síria Unidades de Proteção do Povo (YPG, na sigla em curdo), que até agora recebia apoio americano em sua luta contra o Estado Islâmico (EI).

Ancara considera as YPG uma organização terrorista por seus vínculos com a guerrilha curda que opera na Turquia, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo).

Çavusoglu reiterou que as "organizações terroristas" não deveriam se beneficiar do vazio que os Estados Unidos deixarão após sua retirada.

O governo turco prometeu ontem que intervirá contra as YPG na Síria, mesmo sem o consentimento de Washington, que condicionou sua retirada militar do país árabe a que se garanta a segurança de seus aliados na luta contra o EI.

O conselheiro de Segurança Nacional do presidente Trump, John Bolton, se reuniu ontem em Ancara com o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, para coordenar as ações para que a Turquia assuma o bastão na luta contra os remanescentes do EI.

Previamente, Bolton deu ênfase para a exigência de seu país de que Ancara oferecesse garantias de segurança aos combatentes curdos.

No entanto, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan rejeitou categoricamente essa pretensão e reiterou sua determinação de combater as milícias curdas no país vizinho. EFE