Parlamentares britânicos tomam medidas para controlar processo do "Brexit"
Londres, 9 jan (EFE).- Vários grupos de pressão e bancadas parlamentares britânicas anunciaram nesta quarta-feira iniciativas para tentar controlar o processo do "Brexit", ao início do debate do acordo para a saída da União Europeia (UE) proposto pela primeira-ministra, Theresa May.
Uma das medidas principais é a proposta, por parte do deputado conservador Dominic Grieve, de uma emenda à agenda política que o governo apresentará hoje na Câmara dos Comuns, antes que os parlamentares comecem a debater o tratado.
A emenda de Grieve, que ainda não foi aceita para trâmite pelo presidente da Câmara, John Bercow, pede ao Executivo que apresente imediatamente um "plano B" caso seu acordo seja rejeitado na votação da próxima terça-feira.
A lei britânica para a saída da UE estabelece que, se perder a votação, May tem 21 dias para fazer uma declaração sobre suas futuras intenções e deve submetê-la à aprovação parlamentar em até sete dias úteis.
A emenda de Grieve, do setor pró-europeu "tory", aceleraria o calendário ao exigir que a primeira-ministra apresente seu plano alternativo em um prazo de "três dias úteis" após a derrota do acordo, ou seja, antes de 21 de janeiro.
Como outros parlamentares, este conservador teme que o governo force a aceitação de seu pacto ou uma saída sem acordo ao esgotar o tempo antes da execução do "Brexit", no próximo dia 29 de março.
Outra iniciativa foi promovida hoje pela campanha multipartidária "Voto do povo", que defende a realização de outro referendo sobre a permanência na UE, depois do que deu a vitória à saída do bloco em 2016.
Este grupo, apoiado por deputados pró-europeus de vários partidos, recomenda introduzir como emenda a opção de um novo plebiscito quando o governo colocar essa moção alternativa requerida caso perca a votação sobre seu tratado.
Nesse momento em que o Parlamento tentará determinar os próximos passos, a emenda "teria chance de sucesso", afirma o grupo, que admite que por enquanto não há uma maioria parlamentar favorável a uma segunda consulta.
Por sua vez, o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn confirmou hoje que planeja apresentar uma moção de censura contra o governo se seu polêmico pacto do "Brexit" for rejeitado, a fim de provocar sua renúncia e a realização de eleições gerais.
O porta-voz trabalhista de Comércio Internacional, Barry Gardiner, disse à "BBC" que a moção seria apresentada "imediatamente" depois que o tratado fosse derrotado.
No debate de hoje na Câmara dos Comuns, que será inaugurado pelo ministro do "Brexit", Steve Barclay, espera-se que o governo revele as concessões que conseguiu de Bruxelas para melhorar o texto.
Um pesquisa divulgada hoje pelo centro de estudos "O Reino Unido em uma Europa em transformação" indica que 70% dos 650 deputados britânicos acreditam que May negociou "mal" a saída britânica da EU. Entre eles, 47% de seus colegas conservadores. EFE
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