Sudaneses organizam novos protestos após discurso desafiante de Al Bashir
Cartum, 9 jan (EFE).- Novos protestos foram registrados na tarde desta quarta-feira em Um Durman, cidade ligada a Cartum, capital do Sudão, depois de o presidente do país, Omar al Bashir, ter afirmado que conta com o apoio do povo apesar de o governo ser alvo de manifestações em todo o país desde o dia 19 de dezembro.
Centenas de pessoas protestaram nos mercados e em outras áreas de Um Durman, conectada à capital por uma ponte, gritando palavras de ordem contra o presidente, como pôde constatar a Agência Efe.
As manifestações foram convocadas pela Associação de Profissionais Sudaneses, uma espécie de sindicato que reúne opositores de todos os setores e lidera os protestos desde 2017.
Segundo manifestantes ouvidos pela Efe, a polícia dispersou os protestos com gás lacrimogêneo, como vem ocorrendo desde dezembro.
O Comitê Central de Médicos informou que cinco manifestantes foram baleados durante a manifestação. Um deles ficou gravemente ferido e está internado em um hospital de Um Durman.
Horas antes, em Cartum, Al Bashir se reuniu com simpatizantes e afirmou que a "decisão final" sobre quem deverá ocupar a presidência é do povo sudanês, que deve escolher seus governantes em "eleições livres e imparciais". Além disso, ele chamou os manifestantes de "sabotadores" e elogiou o profissionalismo das forças de segurança na hora de conter os protestos.
Segundo cálculos da oposição, 45 pessoas morreram, mais de mil ficaram feridas e 2 mil foram presas ao longo de três semanas de protestos. O governo reconhece apenas a morte de 17 manifestantes e dois policiais.
Os protestos tiveram como estopim a inflação e a escassez de alguns produtos básicos, mas os manifestantes passaram a exigir também o fim do regime de Bashir, no poder desde 1989. EFE
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