Ex-procurador-geral do Peru acompanhou assessores na extração de documentos
Lima, 10 jan (EFE).- O ex-procurador-geral do Peru, Pedro Chávarry, acompanhou seus assessores e seguranças que participaram da subtração irregular de documentos de um escritório selado pela Justiça no Ministério Público, segundo imagens de câmeras de segurança divulgadas nesta quinta-feira.
Chávarry entrou no apartamento onde se encontra seu escritório e o do seu assessor Juan Manuel Duarte no sábado passado, 5 de janeiro, ao meio-dia, acompanhado pelo membro de sua equipe de segurança, Juan Arias Contreras, de acordo com as imagens obtidas pelo jornal "El Comercio".
O escritório de Duarte tinha sido lacrado um dia antes por solicitação do promotor José Domingo Pérez, que investiga os supostos vínculos de Chávarry com a líder opositora Keiko Fujimori, detida pelos repasses da construtora brasileira Odebrecht à sua campanha eleitoral de 2011.
No entanto, Pérez denunciou no domingo que o escritório tinha sido invadido e que, ao revisar as imagens das câmeras de segurança, tinha constatado entrada irregular de pessoal de segurança e pessoas próximas do então procurador-geral.
A Divisão de Investigação de Alta Complexidade da Polícia Nacional (Diviac) elaborou um relatório, após visualizar as imagens, no qual identifica Rosa María Venegas, assessora de Chávarry, e três agentes de segurança como as pessoas que extraíram documentos do escritório de Duarte.
Venegas afirmou que retirou documentos pessoais, enquanto Chávarry declarou que não teve conhecimento da entrada dos seus assessores ao escritório de Duarte e que também não conhecia os agentes de segurança identificado pela polícia como os que acompanharam sua colaboradora.
De acordo com as imagens, seu segurança Juan Arias Contreras e os suboficiais Hugo Robles e James Rodríguez ajudaram Venegas na entrada no escritório lacrado e na subtração de três caixas com documentos e objetos.
Além disso, é possível ver Venegas e Rodríguez se dirigindo por um corredor ao escritório de Chávarry com os objetos e documentos extraídos do escritório selado pelo promotor Pérez.
Por volta das 16h do sábado, Chávarry se retira do seu escritório acompanhado por Venegas, os suboficiais Rodríguez e Arias e duas pessoas que ainda não puderam ser identificadas.
Tanto Venegas como Duarte, os dois assessores de Chávarry vinculados a este caso, trabalharam para congressistas ou autoridades do partido Força Popular, liderado por Keiko Fujimori.
Chávarry renunciou ao cargo na terça-feira em consequência da grande pressão de diversos setores por seus supostos vínculos com uma ampla rede de corrupção descoberta no seio do Judiciário que traficava influências e que teria favorecido os interesses de Keiko, entre outros políticos.
Estas suspeitas se agravaram no último dia 31 de dezembro quando decidiu afastar das investigações vinculadas a Odebrecht os promotores Rafael Vela e José Domingo Pérez, poucas semanas antes da assinatura de um acordo de leniência com a construtora.
O ex-procurador geral acabou voltando atrás e readmitiu os promotores, depois da apresentação de um projeto de lei apresentado pelo governo para declarar o Ministério Público em emergência. EFE
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