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Itamaraty afirma que novo mandato de Maduro é "ilegítimo"

10/01/2019 20h58

Brasília, 10 jan (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores tachou como "ilegítimo" o novo mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e reafirmou seu "pleno apoio" à Assembleia Nacional (AN, parlamento), de maioria opositora.

"Nicolás Maduro não atendeu às exortações do Grupo de Lima, formuladas na Declaração de 4 de janeiro, e iniciou novo mandato presidencial ilegítimo", afirmou o Itamaraty em comunicado.

Dessa forma, o governo do presidente Jair Bolsonaro, que considera que a Venezuela vive em uma "ditadura", reiterou seu "pleno apoio à Assembleia Nacional, órgão constitucional democraticamente eleito".

Além disso, o Brasil confirmou "seu compromisso de continuar trabalhando para a restauração da democracia e do estado de direito na Venezuela" e que "seguirá coordenando-se com todos os atores comprometidos com a liberdade do povo venezuelano".

A posição diplomática do Itamaraty está em linha com a do Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte, e a de dezenas de países, que já anteciparam que não reconheceriam a legitimidade do novo mandato que Maduro iniciou hoje.

O Grupo de Lima, formado por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, aprovou na semana passada, com a única exceção da delegação mexicana, uma declaração na qual anunciou que esses países não reconhecerão o novo governo de Maduro.

Além disso, pediram a Maduro que não assumisse o poder porque as eleições de maio do ano passado carecem de "legitimidade", uma vez que não foi garantida a participação de todos os atores políticos nem a presença de observadores internacionais independentes.

Este último ponto foi proposto pelo chanceler Ernesto Araújo, que depois declarou que a decisão do Grupo de Lima representa uma "oportunidade" para que Maduro abandone o poder com "um mínimo de dignidade".

Tanto o Brasil como a maioria dos países da América Latina, os Estados Unidos e a União Europeia (UE) decidiram não enviar representantes à posse de Maduro. EFE